A Sé Patriarcal de Lisboa, acrescentou toda a sua história e solenidade à missa do Dia da Consciência em memória de Aristides de Sousa Mendes, celebrada pelo Senhor Bispo D. Tomaz da Silva Nunes no dia 17-Junho-2010.
Na sua homilía, D. Tomaz recordou os diplomatas Aristides de Sousa Mendes e Luis de Souza Dantas e a importância da escutarmos a nossa consciência, num esforço de recolhimento e procura da relação com Deus.
Eis um excerto da homilía do Senhor Bispo D. Tomaz Nunes na missa de 17-Junho-2007 (ênfase nossa):
"...No Evangelho de São Mateus, a apresentação do Pai Nosso, por Jesus, é antecedida de uma série recomendações à discrição, à interioridade e à humildade, atitudes que os Seus discípulos devem assumir na oração e no partilhar dos bens com aqueles que precisam. São apelos a uma atitude de espírito que marca todo o Sermão da Montanha, no qual se integra a oração do Pai Nosso.
A vida actual é marcada por uma cultura ambiente que sobrevaloriza o provisório e o imediato, promove uma ideia de bem-estar como ideal de felicidade e remete o religioso para o domínio do privado, criando barreiras à sua projecção na vida pública. Sofre a influência de uma proliferação de imagens, que suscitam emoções e adormecem o pensamento, e caracteriza-se por ritmos intensos e rotineiros que desgastam as energias indispensáveis para que cada um entre em si próprio, aprofunde as relações familiares e interpessoais e se encontre com Deus.Não foi no ruído da tempestade, nem no alvoroço do tremor de terra e do fogo que o seguiu, que o profeta Elias escutou a voz do Senhor. Foi no “murmúrio da brisa suave” que o Senhor se revelou e que Elias encontrou o caminho da salvação da sua vida: “Vai e torna pelo caminho do deserto, em direcção a Damasco” (1Rs 19, 12.15).
Momentos de interiorização são indispensáveis para descobrirmos Deus, que nos fala à consciência e revela o seu desígnio, como nos recorda o Concílio Vaticano II:
A vida actual é marcada por uma cultura ambiente que sobrevaloriza o provisório e o imediato, promove uma ideia de bem-estar como ideal de felicidade e remete o religioso para o domínio do privado, criando barreiras à sua projecção na vida pública. Sofre a influência de uma proliferação de imagens, que suscitam emoções e adormecem o pensamento, e caracteriza-se por ritmos intensos e rotineiros que desgastam as energias indispensáveis para que cada um entre em si próprio, aprofunde as relações familiares e interpessoais e se encontre com Deus.Não foi no ruído da tempestade, nem no alvoroço do tremor de terra e do fogo que o seguiu, que o profeta Elias escutou a voz do Senhor. Foi no “murmúrio da brisa suave” que o Senhor se revelou e que Elias encontrou o caminho da salvação da sua vida: “Vai e torna pelo caminho do deserto, em direcção a Damasco” (1Rs 19, 12.15).
Momentos de interiorização são indispensáveis para descobrirmos Deus, que nos fala à consciência e revela o seu desígnio, como nos recorda o Concílio Vaticano II:
“A consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser. Graças à consciência, revela-se de modo admirável aquela lei que se realiza no amor de Deus e do próximo” (GS 16)..."
As naves desta catedral histórica datada do século XII, que bilhavam graças às flores das noivas de Santo António, e os belos cânticos do Coro de Câmara de Lisboa, convidavam-nos precisamente a essa reflexão, a levantar os olhos e o espírito para um Poder Superior.
A cerimónia contou com a presença de netos e bisnestos de Aristides e Angelina de Sousa Mendes, com a Dra Maria Barroso e responáveis da Fundação Aristides de Sousa Mendes e com responsáveis do Museu Virtual Aristides de Sousa Mendes.
No espírito ecuménico, estiveram também presentes representantes da Comunidade Israelita de Lisboa e da Comunidade Ismaelita de Lisboa, bem como muitos outros amigos de Sousa Mendes.
O Embaixador dos Estados Unidos, o Sr Allan Katz, cumprimentou os familiares de Sousa Mendes e o Senhor D. Tomaz.
Ele referiu que o seu pai foi preso na Noite dos Cristais, a 9-Novembro-1938, uma das datas marcantes na progressiva perseguição dos judeus.
Fotos: Sérgio Nunes
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