Fly & Drive – Portugal – Rota Judaíca
(Freqüência de Saída: Diárias)
ROTEIRO_____________________________________________________________
Dia -1 Lisboa
Chegada ao aeroporto de Lisboa e retirada do carro na locadora. Sugerimos que se dirija ao Hotel para fazer o Check In e descansar um pouco antes de dar inicio à visita pela capital de Portugal. Comece a visita pela Sinagoga de Lisboa, situada junto do Largo do Rato. A fachada do edifício está escondida (devido as restritas regras que eram impostas aos edifícios Judeus no passado), mas este continua ainda hoje a ser o local de encontro da comunidade Judaica em Lisboa. Após uma visita à Sinagoga, inicie um tour pela capital Portuguesa. Lisboa, cidade colonizada por varias civilizações ao longo da história: Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Mouros e finalmente Portugueses, após 1147. Iremos visitar o Castelo de São Jorge assim como os seus arredores, Alfama, o bairro mais antigo da cidade. Perto deste bairro encontra-se a Judiaria, Bairro Judeu de Lisboa com as suas ruas estreitas e pequenas casas aonde o povo judeu costumava habitar. Em outra artéria central da cidade, na Praça do Comercio, também poderá encontrar mais presenças da história do Judaísmo, neste local foram baptizados milhares de Judeus contra a sua vontade. Esta cidade é também conhecida pelos seus feitos nos séculos XV e XVI, a Era dos Descobrimentos, época da exploração Marítima Portuguesa. Foi nesta altura que Lisboa se tornou numa cidade opulenta e centro de um grande Império. Grande parte do lucro destas expedições serviu para construir magníficos monumentos com características únicas de um estilo Português muito próprio: Estilo Manuelino – encontrados ainda nos dias de hoje na zona de Belém. Mas Lisboa não é só monumentos, é uma cidade de comércio tradicional, aonde ao passear a pé pela zona da Baixa de Lisboa e Chiado, poderemos encontrar ainda lojas a funcionar em magníficos edifícios do Sec. XVIII. Lisboa é uma cidade de sensações únicas – o sol, o clima e a rica gastronomia que nela se encontra tornara inesquecível a sua estadia na cidade. Alojamento em Lisboa.
Dia -2 Sintra/Cascais/Estoril
Saia pela manhã em direcção a Sintra, local onde além do famoso e imponente Palacio de Pena, cuja arquitectura recorda um palácio de conto de fadas, e do Palacio da Vila, no centro da cidade, tire ainda algum tempo para descobrir as influencias judaicas nesta região de Lisboa. A primeira referência à judiaria de Sintra, remonta ao século XII. Era uma pequena comunidade, tinha rabino, tabelião, porteiro, e uma só rua. A sinagoga aparece numa carta de aforamento em 1407. Esta comuna teve um relativo crescimento devido há necessidade de ferrar o cavalo, e ao aumento da produção económica da localidade. Nos finais do séc. XV, esta comunidade tinha um rendimento aproximado de 600 reais, o que é relativamente modesto em relação a judiarias como Lisboa, Santarém, Évora, Coimbra ou Porto. Com o rei D. Afonso V, terá havido queixas por parte dos cristãos, devido há tentativa de expansão do comércio dos judeus para sectores mais alargados da urbe sintrense, o que levou o soberano de imediato a ordenar, para que todo o judeu só pudesse utilizar a porta da judiaria como local de comércio. Nos finais do século XV, princípios do séc. XVI, cristãos-velhos denunciam às autoridades da época, que crianças cristãs-novas brincavam junto à igreja de ‘Pedro de Penaferrim, num claro “desrespeito por solo sagrado”, desde o ano de 1493 a igreja já se encontrava abandonada. Em 1501, há queixas de práticas judaízantes contra a população de cristão-novo em Sintra. Em 1503, última referência documental à sinagoga de Sintra. A judiaria situa-se na actual Rua das Padarias, (Rua Nova). É curioso saber que ainda no inicio do século XX, viviam ou trabalhavam nesta precisa área, taberneiros, alfaiates e sapateiros, havendo nomes como Gabriel David Cardoso, nome tipicamente cristão-novo, a viver e a fazer a sua vida naquele local. Pela tarde regresse a Lisboa pela costa de Cascais, fazendo uma pequena paragem no Cabo da Roca, Cascais (considerada a Cote D´azur de Portugal) e pelo Estoril, onde se situa o casino do Estoril (o maior da Europa). Alojamento em Lisboa.
Dia -3 Óbidos/Batalha/Tomar/Lousã
Após o café da manhã, saia rumo ao Norte do Pais e a primeira cidade que visitamos é Óbidos. Cidade Medieval que ainda preserva a atmosfera de outros tempos. A pequena Vila com as suas casas brancas, pode ser vista dentro das muralhas do Castelo. É como se o tempo ali não tivesse passado… Aconselhamos uma paragem em uma das muitas casas aonde se pode beber uma Ginjinha, bebida doce típica da região. Após sair de Óbidos a próxima paragem é na Batalha, considerada World Heritage by UNESCO, essencialmente pelo seu mosteiro gótico. Neste edifício podemos encontrar os túmulos dos principais reis Portugueses da segunda dinastia. À tarde visite Tomar, local onde esta situada uma das mais importantes Sinagogas de Portugal. Dentro do Museu Judaico Abraham Zacuto poderemos perceber a importância da população judaica nesta cidade. No topo da colina deste cidade esta situado o Convento de Cristo, World Heritage by UNESCO, que é o bastião de uma das mais importantes ordens religiosas de Portugal: A Ordem de Cristo. Ao final do dia seguimos direcção à Lousã aonde passaremos a noite. Alojamento na Lousã.
Dia -4 Coimbra/Buçaco/Aveiro/Porto
Coimbra, cidade dos estudantes! Com uma das mais antigas universidades da Europa, esta cidade foi o principal centro de cultura e conhecimento de Portugal nos últimos sete séculos. Uma visita à antiga Universidade (ainda em funcionamento) dará uma perspectiva geral do sistema de ensino em Portugal assim como uma ideia da forte influência da comunidade judaica teve no sistema educativo Português naquela época. A cidade é visitada facilmente em pouco mais de duas horas, pelo que sugerimos paragem para almoço no Hotel Palácio do Buçaco (a cerca de meia hora de viagem de Coimbra em direcção ao Norte), este será certamente o ponto alto do dia. Este hotel é um exemplo do período romântico em Portugal, um edifício situado no meio de uma floresta, rodeado de árvores e jardins de espécies únicas. Fica situado dentro da Mata do Buçaco. Após o almoço e um passeio pelos jardins do Hotel, seguiremos que vá até Aveiro e faça uma breve visita pela cidade, se o tempo assim ajudar, faça a visita de barco, atravessando a cidade pelos inúmeros canais de agua que a atravessam. Aveiro é também conhecida por ser a Veneza de Portugal. Ao final do dia parta para o Porto. Alojamento no Porto.
Dia -5 Porto
Este dia será passado na capital do norte de Portugal, Porto, cujo centro histórico é considerado World Heritage by UNESCO. Sugerimos que deixe o carro estacionado e que siga num tour panorâmico pela cidade. Depois faça uma caminhada pelo bairro Judeu da cidade descobrindo os segredos do passado desta comunidade Judaica. A visita estará completa somente após a visita à Sinagoga do Porto, cujo passeio até lá nos levara em direcção da Ribeira, zona portuária. Este é o bairro mais característico da cidade, aonde as antigas casas com as suas estreitas fachadas nos recordam os pescadores, marinheiros e comerciantes que durante séculos viveram nesta zona ribeirinha. As casas ainda mantêm as cores do passado. O final da tarde poderá ser passado descontraidamente nas caves Taylor para uma visita das espectaculares caves do vinho do Porto e provar um vinho do Porto Kosher, único no Mundo. Alojamento no Porto.
Dia -6 Guimarâes/Braga/Ponte de Lima/Viana Castelo
Durante o dia de hoje terá a oportunidade de conhecer algumas das mais interessantes cidades do Norte de Portugal sendo que nenhuma de estas cidades estejam directamente relacionadas com a presença Judaica em Portugal. Mas será com certeza uma viagem pela Historia na nação Portuguesa. A primeira paragem sugerimos que seja na cidade de Guimarães, berço de Portugal, de onde o primeiro rei de Portugal partiu, em direcção ao Sul, em luta contra os Mouros. A parte antiga da cidade ainda se mantêm intacta e poderá apreciar edifícios com mais de 500 anos. De Guimarães, continue até Braga, a capital religiosa do pais, com a mais antiga Sé Catedral no país e com a incrível presença da arquitectura barroca no Santuário do Bom Jesus do Monte. A tarde irá avançando à medida que nos aproximamos de Ponte de Lima, nas margens do rio Lima, onde uma pequena ponte romana e a pequena praça junto a ela, são ainda o centro de actividade desta vila. Por fim, e já ao final da tarde, iremos chegar até Viana do Castelo, um dos mais importantes Portos portugueses do passado. O Santuário de Santa Luzia, no topo de uma colina, é também um local obrigatório de visita pela sua espectacular vista sobre o Atlântico e sobre a cidade. Siga viagem para o Porto, onde já irá chegar ao inicio da noite. Alojamento no Porto.
Dia -7 Vila Real/Douro/Viseu
Saia pela manhã em direcção a Vila Real, e visite um dos mais belos Palácios de estilo Barroco de Portugal, A Casa Mateus, cujo nome esta imortalizado pelo nome de um dos mais famosos vinhos Portugueses: Mateus Rose. Pode visitar o palácio, os seus jardins e fazer ainda uma prova de vinhos nas caves do Palácio. Continue a viagem em direcção à cidade da Régua, cidade que era o ponto de partida do vinho do Porto em direcção às caves na cidade do Porto. Era trazido das quintas ao longo do rio, e aqui embarcava nos barcos “rabelos” rio abaixo para a cidade. O dia continua com viagem para Sul. Não podemos perder a visita a Viseu com a sua catedral e magnifico bairro medieval. Visto que pela hora de almoço estará a chegar a Viseu, aconselhamos que prove a famosa “alheira” (servida em qualquer restaurante local) – típica salsicha portuguesa, feita de carne de aves e que foi inventada pelos judeus na época de inquisição – numa época em que a carne de porco era um dos alimentos que mais se comia, e da qual provinham os enchidos que se punham nos fumeiros das casas. Esta era única maneira que as tropas cristãs tinham, de verificar se quem vivia nas casas era católico ou Judeu, pois o judeu não come carne de porco. Os judeus faziam estes enchidos com carne de aves e punham nos fumeiros, tal como faziam os cristãos com os enchidos de porco – os soldados acreditavam que eram de suíno e desse modo pensavam que eram casas e famílias cristãs. Alojamento em Viseu.
(Os Amigos de Sousa Mendes podem também aproveitar para conhecer a Casa do Passal, e a história do Justo entre as Nações em Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal)
Dia -8 Guarda/Belmonte
Saia pela manhã a caminho de Belmonte e pare pelo caminho na cidade situada a mais altitude de Portugal: a Guarda, com a sua catedral gótica e o muito bem preservado bairro judeu. Desde sempre localizado no interior da cidade amuralhada, ainda hoje aí existe o antigo bairro judeu. Encontra-se muito perto da Porta D’el-rei. A comunidade judaica da Guarda foi durante longos períodos uma das mais importantes do país e é considerada uma das mais antigas. Está comprovado que remonta ao século XIII com o aforamento, por parte de D. Dinis, de casas da freguesia de S. Vicente a famílias judaicas, tendo sido numa delas instalada a sinagoga. Esta era a judiaria nova, prolongamento de uma mais antiga, a velha, mencionada no foral de 1199. Em fins do século XIV aí residiam cerca de 200 pessoas e, cerca de 50 anos depois, o número de habitantes de credo judaico já rondaria entre os 600 e os 850. A dinâmica comunidade judaica da Guarda oferecia toda uma série de serviços à população: alfaiates, sapateiros, curtidores, ferreiros, tecelões, gibiteiros, tosadores, físicos, cirurgiões, ourives, carpinteiros e esmaltadores, como o indicia a arquitectura das casas, com dois pisos – o térreo destinado ao comércio e o 1º piso à habitação, e a existência de duas portas, uma larga para o negócio, outra estreita para a família. A judiaria tinha o seu início junto à Porta D’el-rei e estendia-se até ao adro da igreja de S. Vicente, limitada pela muralha e pela Rua Direita que dava acesso àquela Porta. Em 1465 este acesso foi fechado devido aos protestos dos cristãos. Daqui parta para Belmonte, local mais Judaico de Portugal e caso calhe no dia antes do Sabbath permitirá que assista e participe neste dia tão especial em conjunto com a comunidade mais activa de Portugal. Depois de séculos de organização judaica em segredo é nos anos vinte do século XX que Samuel Schwarz anuncia a existência de uma comunidade no interior de Portugal, junto à Serra da Estrela: Belmonte, a vila natal do descobridor do Brasil em 1500, Pedro Álvares Cabral. Findas as perseguições da Inquisição e terminados os processos de integração católica que diluíram a totalidade das muitas comunidades existentes, veio a descobrir-se que nesta vila estavam vivas as tradições, a organização e a estrutura religiosa dos últimos judeus secretos de Portugal. Belmonte é, no limiar do século XXI, a última comunidade peninsular de origem Cripto-Judaica a sobreviver enquanto tal. São cerca de 200 pessoas, quase 10% dos habitantes da vila. A origem remota desta comunidade está comprovada, pelo menos desde o século XIII (1297) e subsiste ainda hoje com unidade, possuindo sinagoga, rabino e cemitério próprio. Tem igualmente uma direcção comunitária. A comunidade de Belmonte cumpre hoje os principais ritos religiosos, alguns dos quais haviam desaparecido da memória colectiva belmontense. Outros foram secularmente cumpridos, embora por vezes fortemente deturpados. É necessário entender que esta comunidade se tornou secreta durante séculos e não manteve qualquer tipo de contacto com o judaísmo exterior. Alojamento em Belmonte.
Dia -9 Belmonte/Sortelha
Pode simplesmente desfrutar do silêncio das montanhas que rodeiam esta localidade, as mesmas que há centenas de anos inspiraram os Judeus que decidiram instalar-se nesta região. Belmonte é de facto um dos melhores locais de Portugal para se perceber os segredos e mistérios da comunidade Judaica que aqui viveu secretamente durante séculos. Esta pequena comunidade Judaica é mais activa do centro de Portugal e ainda conserva nos dias de hoje as tradições que lhes permitiu praticarem a sua religião em segredo. Aconselhamos também uma visita à pequena e charmosa cidade de Sortelha, a apenas uns minutos de Belmonte aonde ainda se preserva as características do antigo e esquecido Portugal. Não parta de Belmonte sem antes visitar o Museu dos Descobrimentos e o seu centro interpretativo, assim como o Museu do Azeite. Alojamento em Belmonte.
Dia -10 Castelo de Vide/Marvão/Évora
Após dois dias mais calmos na região de Belmonte será altura de continuar a explorar um pouco mais a região do Alentejo. Deixando Belmonte para trás iremos até Castelo de Vide, cidade localizada no topo da montanha de São Mamede, ainda preserva a antiga Judiaria e uma das mais antigas e mais importantes Sinagogas de Portugal. A partir do século XIV os judeus começam a fixar-se aqui. Castelo de Vide tem um segundo maior conjunto de portas góticas do mundo, a seguir à cidade marroquina de Fez. Com a presença deste povo, Castelo de Vide ganhou contornos de vila urbana, por oposição às zonas mais rurais. Os judeus tinham profissões eminentemente urbanas, como sapateiro e ferreiro. A judiaria cresce em direcção ao Castelo. Ruas estreitas que guardam segredos de um povo que teve de esconder as suas crenças para fugir aos autos de fé da inquisição. Cruzes que camuflam símbolos judaicos, vasos de flor que dão frescura às ruas empedradas e rostos onde cada ruga parece revelar uma história, dão vida ao bairro judaico. «Castelo de Vide é um santuário para os judeus» Na descida desde o Castelo pela Rua das Fontes, deparamo-nos com a Fonte da Vila, monumento emblemático de Castelo de Vide que encerra em si, muitas das vivências judaicas. Antes de terminar a descida acentuada, uma paragem para visitar a sinagoga. «Acredita-se que aqui foi uma sinagoga. Hoje é um espaça museológico. Fechamos a porta da Sinagoga e Retomamos a descida da Rua da Fonte. Ouve-se correr a água, trazendo alguma frescura ao dia. A partir de 1498 o culto deixou de se fazer no tabernáculo de costas. Nesta data a comunidade judaica mundial decidiu que o culto ia passar a fazer-se num espaço aberto debaixo de uma cúpula suportada por seis colunas, na chegada à Fonte da Vila, monumento emblemático com as características que se acaba de descrever: uma cúpula suportada por seis colunas. Mas já não eram judeus, eram cristão-novo e para disfarçar utilizaram o elemento fonte, água, para dissimular este novo espaço de culto. No cimo há uma tulipa suportada por duas crianças. A caldeirinha do cimo, estava sempre cheia de água. Diz-se ainda hoje que tem de se encher a caldeirinha para que a tulipa nunca murche». Com esta metáfora de tempos pretéritos, os judeus tentaram transmitir a sua cultura às gerações futuras. Hoje em Castelo de Vide, o judaísmo é alvo de estudo e um atractivo turístico, um dos motores da economia local. A apenas alguns minutos de Castelo de Vide irá encontrar a imponente Vila de Marvão que no passado defenderam a fronteira Portuguesa dos invasores espanhóis. Durante a tarde parta para Évora, a mais importante e monumental cidade do Alentejo, considerada Património Mundial pela UNESCO. Évora é a oportunidade perfeita para compreender alguma da influência moura na vida diária desta região. Para além disso a Capela dos Ossos, a Praça do Giraldo, o Templo Romano e a Universidade são apenas alguns dos locais que poderá visitar na cidade. Não se esqueça de experimentar algumas das especialidades da gastronomia Alentejana. Alojamento em Evora.
Dia -11 Evora/Lisboa
Aproveite para relaxar pela manhã na cidade de Evora ou simplesmente parta para Lisboa. Sugerimos resto dia livre para as ultimas compras. Alojamento em Lisboa.
e http://amigosdesousamendes.blogspot.pt/
E o novo museu judaico na Alfama em Lisboa vai incluir a historia de vidas poupadas por Sousa Mendes?
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