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sábado, abril 07, 2018

Conferência Comunidade Sefardita portuguesa em Amsterdam, Nova FSCH, 9 - Abril, 10h


The Portuguese Jewish Community of Amsterdam: places of memory

Data:           segunda-feira, 9 de Abril , 10h00 – 18h00
Local:          NOVA FCSH, Avenida de Berna, Lisboa,
Edif ID, Sala Multiusos 2 (piso 4), Entrada livre, in English)

Este workshop tem como objectivo reunir investigadores e curadores portugueses e holandeses que trabalham sobre história, memória e património judaico para reflectirem sobre um tema específico: a comunidade judaica de origem portuguesa de Amesterdão, numa perspectiva de longa duração, transnacional e multidisciplinar. O enfoque será colocado nas questões da preservação e mediação do património cultural da diáspora judaico-portuguesa e da educação para a memória como um veículo de promoção dos valores da cidadania junto das gerações mais jovens. O workshop desenvolver-se-á em torno de questões-base:
o   10h30      A “Nação Portuguesa”: fontes para a sua história
o   13h30      A comunidade sefardita de Amesterdão e o Holocausto: evocando uma memória incómoda
o    15h45      Educar para a memória: estratégias a adoptar nas escolas e museus
Em Fevereiro de 2015, o Governo português aprovou o Decreto-Lei n.º 30-A/2015, o qual veio permitir a concessão da nacionalidade portuguesa àqueles cuja ancestralidade remonta aos judeus que, em finais do século XV, foram expulsos de Portugal ou forçados a se converter ao Cristianismo. De acordo com o diploma, “apesar das perseguições e do afastamento do seu território ancestral, muitos judeus sefarditas de origem portuguesa e seus descendentes mantiveram não só a língua portuguesa, mas também os ritos tradicionais do antigo culto judaico em Portugal, conservando, ao longo de gerações, os seus apelidos de família, objetos e documentos comprovativos da sua origem portuguesa, a par de uma forte relação memorial que os leva a denominarem-se a si mesmos como «judeus portugueses» ou «judeus da Nação portuguesa».” (Decreto-Lei n.º 30-A/2015 de 27 de fevereiro). Este decreto veio colocar a história da presença judaica em Portugal e da diáspora sefardita na agenda política nacional. 
Umas das comunidades de maior notoriedade, e aquela tem vindo a ser estudada mais profusamente pela historiografia internacional, estabeleceu-se em Amesterdão e teve o seu período áureo durante o século XVII. Ainda hoje a cidade enverga marcas indeléveis desse passado. A Sinagoga Portuguesa de Amesterdão, também conhecida como a “Esnoga”, símbolo da influência e do dinamismo dos judeus sefarditas no Século de Ouro, tornou-se num dos ex-libris da cidade. A Ets Haim / Livraria Montezinos, constituída em 1616 e que sobreviveu a duas guerras mundiais, é hoje a mais antiga biblioteca judaica em funcionamento do mundo, estando inscrita no Registo Memória do Mundo da UNESCO desde 2003. Na sua colecção, bem como no arquivo da comunidade conservado no Stadsarchief Amsterdam, o português e o castelhano marcam presença, enquanto línguas correntes no dia-a-dia da comunidade até ao século XVIII. São vestígios que sobreviveram àquele que foi o período mais dramático da história de Amesterdão judaica. Durante a II Guerra Mundial, na sequência da ocupação da Holanda pela Alemanha nacional-socialista, a comunidade  sefardita sofreu um pesado golpe, entre aqueles que abandonaram o país e os que foram conduzidos para os campos de concentração e de extermínio nazis.
Fonte: CHAM, Centro de Humanidades, UNL Nova Universidade de Lisboa

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