The
Portuguese Jewish Community of Amsterdam: places of memory
Data: segunda-feira, 9 de Abril , 10h00 –
18h00
Local: NOVA FCSH, Avenida de Berna, Lisboa,
Edif ID, Sala
Multiusos 2 (piso 4), Entrada livre, in English)
Este workshop tem como objectivo reunir investigadores e curadores
portugueses e holandeses que trabalham sobre história, memória e património
judaico para reflectirem sobre um tema específico: a comunidade judaica de
origem portuguesa de Amesterdão, numa perspectiva de longa duração,
transnacional e multidisciplinar. O enfoque será colocado nas questões da
preservação e mediação do património cultural da diáspora judaico-portuguesa e
da educação para a memória como um veículo de promoção dos valores da cidadania
junto das gerações mais jovens. O workshop
desenvolver-se-á em torno de questões-base:
o 10h30 A “Nação Portuguesa”: fontes para a sua história
o
13h30 A comunidade sefardita de Amesterdão e o
Holocausto: evocando uma memória incómoda
o
15h45 Educar para a memória: estratégias a
adoptar nas escolas e museus
Em Fevereiro de 2015, o Governo português aprovou o Decreto-Lei n.º
30-A/2015, o qual veio permitir a concessão da nacionalidade portuguesa àqueles
cuja ancestralidade remonta aos judeus que, em finais do século XV, foram
expulsos de Portugal ou forçados a se converter ao Cristianismo. De acordo com
o diploma, “apesar das perseguições e do afastamento do seu território
ancestral, muitos judeus sefarditas de origem portuguesa e seus descendentes
mantiveram não só a língua portuguesa, mas também os ritos tradicionais do
antigo culto judaico em Portugal, conservando, ao longo de gerações, os seus
apelidos de família, objetos e documentos comprovativos da sua origem
portuguesa, a par de uma forte relação memorial que os leva a denominarem-se a
si mesmos como «judeus portugueses» ou «judeus da Nação portuguesa».”
(Decreto-Lei n.º 30-A/2015 de 27 de fevereiro). Este decreto veio colocar a
história da presença judaica em Portugal e da diáspora sefardita na agenda
política nacional.
Umas das comunidades de
maior notoriedade, e aquela tem vindo a ser estudada mais profusamente pela
historiografia internacional, estabeleceu-se em Amesterdão e teve o seu período
áureo durante o século XVII. Ainda hoje a cidade enverga marcas indeléveis
desse passado. A Sinagoga Portuguesa de Amesterdão, também conhecida como a
“Esnoga”, símbolo da influência e do dinamismo dos judeus sefarditas no Século
de Ouro, tornou-se num dos ex-libris da cidade. A Ets Haim / Livraria
Montezinos, constituída em 1616 e que sobreviveu a duas guerras mundiais, é
hoje a mais antiga biblioteca judaica em funcionamento do mundo, estando
inscrita no Registo Memória do Mundo da UNESCO desde 2003. Na sua colecção, bem
como no arquivo da comunidade conservado no Stadsarchief Amsterdam, o português
e o castelhano marcam presença, enquanto línguas correntes no dia-a-dia da
comunidade até ao século XVIII. São vestígios que sobreviveram àquele que foi o
período mais dramático da história de Amesterdão judaica. Durante a II Guerra
Mundial, na sequência da ocupação da Holanda pela Alemanha nacional-socialista,
a comunidade sefardita sofreu um pesado golpe, entre aqueles que
abandonaram o país e os que foram conduzidos para os campos de concentração e
de extermínio nazis.
Fonte: CHAM, Centro de Humanidades, UNL Nova
Universidade de Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário