REFÚGIO, MIGRAÇÃO E HOLOCAUSTO, 1936- 1945: A COLEÇÃO DE VISTOS DO ARQUIVO DIPLOMÁTICO E UMA COLEÇÃO FOTOGRÁFICA DA CRUZ VERMELHA PORTUGUESA Relatório Final 4 de abril 2022
O projeto de classificação e digitalização dos Vistos do Arquivo Diplomático e da Coleção Fotográfica da Cruz Vermelha disponibiliza um recurso fundamental na compreensão das trajetórias de refugiados e de outras populações durante a II Guerra Mundial. Estamos em presença de informação valiosa também no contexto da genealogia e história familiar.
Adicionalmente, reflete também a situação do governo português perante a guerra e a sua política face à entrada de estrangeiros em Portugal, assim como permite melhor conhecer a ação de Aristides de Sousa Mendes e dos outros Cônsules portugueses em face das instruções recebidas, tanto dos serviços centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros como da polícia política.
Através de uma completa descrição de todos os processos de pedidos de visto foi possível criar uma base de dados com os nomes de todos os requerentes de vistos portugueses durante Segunda Guerra Mundial. A utilização desta informação permitirá, em futuros estudos de investigação rastrear o destino dos refugiados, em especial dos judeus, que escaparam ao genocídio, ou daqueles a quem o visto foi recusado e que acabaram em campos nazis.
Por outro lado, este projeto permitiu apresentar um espólio de especial importância para o conhecimento da vida dos refugiados em Lisboa, o Arquivo Fotográfico da Cruz Vermelha Portuguesa, que mantem uma estreita relação com a coleção de vistos da Repartição dos Assuntos Consulares do MNE e a coleção fotográfica da CVP. Refira-se a título de exemplo que os álbuns da CVP ilustram a troca de prisioneiros e a troca de civis, incluindo fotografias de prisioneiros e dos navios Gripsholm e SS Drottningholm, existindo no Arquivo Diplomático processos de pedidos de visto para delegados do Comité Internacional da Cruz Vermelha que auxiliam a troca de prisioneiros. Foram também localizados processos relativos a prisioneiros de guerra, como é o caso da troca de prisioneiros britânicos e alemães, bem como a troca de civis.
Toda os objetos digitais e respetivos metadados estão agora disponíveis através do catálogo do Arquivo Diplomático. Este pode ser acedido através da internet pelos utilizadores do arquivo do Instituto Diplomático e pelo público em geral.
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