por Sérgio Pires15 agosto 2015
Mais de cinco séculos depois da saída do país, judeus podem tornar-se cidadãos nacionais desde que provem a sua origem.
Quando em março de 1497 o rei D. Manuel decretou o édito de expulsão de Portugal dos judeus, milhares de sefarditas tiveram de escolher entre uma conversão forçada ao cristianismo e o exílio. Entre eles, Jacob Ibn Habib (1460-1516), que juntamente com a família fugiu até encontrar lugar seguro já sob domínio otomano, primeiro em Salónica (hoje cidade grega) e mais tarde na península turca de Galípoli, onde se estabeleceu.
Jacob, que cruzou a fronteira de Castela com mais de 60 mil judeus cinco anos antes, foi o último grão-rabino de Lisboa. Nascido em Zamora, chegou a responsável pela Yeshivá de Salamanca (local de estudo da Torá e do Talmud, escritos centrais desta religião) e escreveu Ein Yaakov, um dos mais reconhecidos livros de aprendizagem do judaísmo do seu tempo. Mais de cinco séculos depois, a turca Ceyda Habib Metin, descendente direta de Jacob Ibn Habib, faz parte dos cerca de 900 judeus sefarditas que desde o início de março iniciaram o processo para requererem cidadania portuguesa ao abrigo do decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros a 26 de fevereiro, que regulamenta a concessão da nacionalidade, por naturalização, a descendentes da comunidade expulsa de Portugal a partir do século XV.
O processo de retorno começa com um "certificado de pertença" passado pelas comunidades israelitas em Portugal, para provar a origem sefardita portuguesa, antes de dirigir o pedido de nacionalidade à Conservatória, juntamente com os certificado de registo criminal e os documentos de identificação. A sinagoga Kaoorie Mekor Haim no Porto é a maior na Peninsula Ibérica.
Fonte: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4730756
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