domingo, junho 21, 2020

Papa Francisco celebra Dia da Consciência inspirado em Aristides de Sousa Mendes, 1940

O Papa Francisco "vive sua vocação de jesuíta com intenso zelo missionário, amor pela comunidade - que é comunidade em missão - e com disciplina na qual nada é desperdiçado, especialmente o tempo", diz o cardeal O'MalleyPapa Francisco: que a liberdade de consciência seja em toda parte respeitada
O Papa recordou o “Dia da Consciência”, celebrado nesta quarta-feira 17-Junho-2020,
"inspirado no testemunho do diplomata português Aristides de Sousa Mendes,
que oitenta anos atrás, decidiu seguir a voz da consciência e salvou a vida de milhares de judeus e outros perseguidos".

Na Audiência Geral desta quarta-feira (17/06), o Papa Francisco fez um apelo em prol do “Dia da Consciência”.

“Celebra-se hoje o “Dia da Consciência”, inspirado no testemunho do diplomata português Aristides de Sousa Mendes, que, oitenta anos atrás, decidiu seguir a voz da consciência e salvou a vida de milhares de judeus e outros perseguidos. Que a liberdade de consciência seja sempre e em toda parte respeitada; e que cada cristão possa dar exemplo de coerência com uma consciência reta e iluminada pela Palavra de Deus.”

Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato, Portugal, em 19 de julho de 1885. Desempenhava as funções de cônsul de Bordeaux, na França, quando teve início a II Guerra Mundial. Concedeu cerca de trinta mil vistos para salvar a vida de refugiados do nazismo, a maioria judeus, contra as ordens expressas de Salazar.

Obrigado a voltar a Portugal, Sousa Mendes foi demitido do cargo e ficou na miséria, com a sua numerosa família. Faleceu pobre, em 3 de abril de 1954, no hospital dos franciscanos, em Lisboa.

O encntro do rabino Jacob Kruger e o diplomata Aristides de Sousa Mendes (1940) têve grande influencia.
Em 1966, Aristitides foi reconhecido pelo instituto Yad Vashem, memorial dos mártires e heróis do Holocausto, como um “Justo entre as nações”.

Em 1998, Aristides foi condecorado a título póstumo com a Cruz de Mérito pela República Portuguesa, por suas ações em Bordeaux.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-06/papa-francisco-audiencia-geral-liberdade-consciencia-respeitada.html

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu esta quinta-feira ao Papa Francisco, em nome de Portugal, por ter evocado Aristides de Sousa Mendes neste tempo de “novas ameaças à liberdade de consciência” e de “extremismos populistas”.

Na quarta-feira, o Papa Francisco evocou Aristides de Sousa Mendes por ocasião do Dia da Consciência, efeméride inspirada no antigo diplomata português, que à revelia do Governo de Salazar salvou milhares de pessoas do regime nazi, há 80 anos.

Dando como exemplo Sousa Mendes, o Papa pediu “que a liberdade de consciência seja sempre e em toda a parte respeitada e que cada cristão possa dar exemplo de coerência com uma consciência recta e iluminada pela palavra de Deus”.

O Dia da Consciência refere-se ao dia  Junho 1940 em que Aristides decidiu seguir a sua consciência e conceder vistos a todos os refugiados desesperados para sair da França sujeita á invasão Nazi, em desobediência da Circular 14 do governo de Salazar.  
O Dia da Consciência tem sido marcado e comemorado pelos Amigos de Sousa Mendes e por este blog desde 2004, o 50º aniversário da sua morte. 
Fonte: https://amigosdesousamendes.blogspot.com/2013/06/dia-da-consciencia-2013.html
Numa nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado saúda as palavras do Papa Francisco e afirma que “Portugal e os portugueses reconhecem e agradecem este gesto” de evocação do “exemplo heróico” de Aristides de Sousa Mendes, um “justo entre as nações” e “a quem tantos devem tanto”.

“No nosso tempo, em que emergem novas ameaças à liberdade de consciência, em que os extremismos populistas pretendem pôr em causa tudo aquilo em que acreditamos e tudo aquilo por que nos batemos, evocar Aristides de Sousa Mendes é um imperativo de cidadania global, agora reforçado pela palavra sábia e iluminada do Papa Francisco, também ele um exemplo de heroísmo e um modelo de incansável luta pela liberdade e pelo bem comum”, considera Marcelo Rebelo de Sousa.

Referindo-se que o Papa Francisco “exortou a que a liberdade de consciência seja respeitada em todo o mundo, como valor essencial da dignidade da pessoa humana”, o Presidente da República subscreve essa mensagem.


O chefe de Estado adverte “todos os portugueses, crentes e não-crentes”, de que “devem estar cientes de que a liberdade e a dignidade humana se defendem todos os dias” e não podem ser dadas como valores “adquiridos e garantidos”.

“Ao defendermos o Estado de direito democrático e os direitos e liberdades dos cidadãos, renovaremos o extraordinário exemplo de vida de Sousa Mendes, agora tão justamente recordado por um dos maiores líderes espirituais e morais do nosso tempo. Ao Papa Francisco, a nossa gratidão de portugueses, mas também o nosso reconhecimento enquanto cidadãos do mundo”, acrescenta.

Enquanto cônsul-geral em Bordéus, França, Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de judeus e outros refugiados do regime nazi, em 1940, emitindo vistos à revelia do Governo de António de Oliveira Salazar, o que lhe valeu a expulsão da carreira diplomática e a miséria que se lhe seguiu, até à sua morte.

Em Janeiro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa representou Portugal no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, no Instituto Yad Vashem, em Jerusalém, em sinal de solidariedade do povo português e de que o genocídio nazi não está esquecido e não se pode repetir.

Na altura, o chefe de Estado disse que a sua presença era também “uma forma de lembrar, no sítio onde estão os justos, um justo como Aristides de Sousa Mendes”, que no primeiro ano do seu mandato condecorou postumamente com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Fonte Publico ://www.publico.pt/2020/06/18/politica/noticia/marcelo-agradece-papa-francisco-evocacao-aristides-sousa-mendes-1921023

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