A segunda morte de Aristides de Sousa Mendes
Por Márcia Oliveira, publicado em 22 Nov 2011 - 03:00 | Actualizado há 1 dia 17 horas
Câmara garante que não dá dinheiro para salvar da derrocada a Casa do Passal considerada monumento nacional
Foi residência do diplomata Aristides de Sousa Mendes e serviu de abrigo a milhares de pessoas perseguidas pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. O palacete romântico, construído na segunda metade do século xix, está em risco de ruir devido a uma guerra pela presidência na fundação com o nome do diplomata.

Em 2005, com a morte do tio de Sousa Mendes, primeiro presidente do conselho geral, deveria ter sido iniciado um processo de eleição pela família. Só em 2008 a “família desencadeou o processo, de que resultou a minha eleição por unanimidade”, esclarece o engenheiro. O problema surgiu quando os membros do anterior conselho não reconheceram este processo e, cerca de dois anos mais tarde, em Outubro de 2010, Sousa Mendes viu-se forçado a iniciar as suas funções e a destituir o presidente da fundação: “Este ano, a teimosia dos anteriores membros subsistiu. Não permitiram o nosso acesso às instalações, à contabilidade e restantes elementos de gestão, o que tem dificultado a nossa acção. Os pedidos de colaboração que enviámos à câmara não têm tido resposta”, lamenta.
Ao i, Atílio Santos Nunes, presidente da Câmara de Carregal do Sal, sublinha que não reconhece Sousa Mendes como presidente da fundação: “Ele apenas quer o dinheiro da câmara”, acusa. Quando questionado sobre o porquê de não dar uma resposta ao neto do cônsul, Atílio Santos Nunes responde peremptoriamente: “Porque não merece resposta.”
No dia 3 de Março deste ano, o Conselho de Ministros aprovou um decreto onde criava oito monumentos nacionais, incluindo a Casa do Passal, numa altura em que o edifício já necessitava de obras. Sousa Mendes e Maria do Carmo Vieira, também da fundação, criaram uma petição em defesa da restruturação do edifício, que conta já com a assinatura de nomes como D. Januário Torgal Ferreira, Pedro Mexia, Rui Zink, Carlos Fragateiro, Santana Castilho, Teolinda Gersão, Pedro Tamen ou António Barreto. “Aristides de Sousa Mendes é um exemplo que me ilumina”, afirma Inês Pedrosa, escritora e uma das subscritoras do documento para defesa da Casa do Passal.
Blog O Povo
Ver também http://beijozxxi.blogspot.com/2011/08/casa-do-passal-avaliada-em-um-euro.html
Comentário: Ver também http://beijozxxi.blogspot.com/2011/08/casa-do-passal-avaliada-em-um-euro.html
Será que a Câmara, que queria ficar com a Casa do Passal por apenas 1€, tem o direito de reconhecer ou não o representante escolhido pela família Sousa Mendes para presidente do Conselho Geral da Fundação?
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