quarta-feira, maio 02, 2012

Bullying é terror


Daniel Sampaio aborda tema premente em encontro sobre saúde nas escolas.
A melhor arma para combater o ‘bullying’ é fomentar a discussão do tema no seio da escola. Para o efeito, um dos meios é criar uma comissão, que envolva toda a comunidade educativa, no sentido de recolher os testemunhos sobre a violência escolar. A receita foi dada pelo psiquiatra Daniel Sampaio, durante o 10.º Encontro para a Promoção da Saúde na Escola, que decorreu recentemente no Centro Cultural Olga Cadaval. Mas, comecemos pelo princípio: é preciso concretizar o conceito de ‘bullying’, "um termo recente para uma coisa que sempre existiu na escola". "‘Bullying’ é uma acção consciente, deliberada, hostil e persistente, para humilhar, provocar e induzir medo", define Daniel Sampaio, que adverte que, nestas situações, "há uma intenção deliberada de fazer mal". "Posso empurrar um colega, ou partir um vidro, mas isso não é ‘bullying’, porque não tive a intenção deliberada de fazer mal", salienta o professor de Psiquiatria que, para que não restem dúvidas, pormenoriza que "o ‘bullying’ ocorre num contexto de terror, em que há uma violência sistemática para intimidar e manter a vítima sob controlo".
Embora o ‘bullying’ físico seja o mais mediático, aquele que se assume como mais frequente, que corresponde quase a 70 por cento dos casos, é o verbal, mas também existe o relacional, "que tem a ver com as relações interpessoais, em que o agressor sistematicamente apaga a personalidade da vítima. O agressor pode excluir a vítima da participação num jogo de futebol, por exemplo, porque entende que a pessoa é fraquinha, não joga bem".
Daniel Sampaio acentua que o ‘bullying’ não é um comportamento de raiva, nem se resume a um conflito, até porque "é impossível numa escola não haver múltiplos conflitos: dos professores com o Ministério, do Ministério com os professores...". A palavra-chave do ‘bullying’ é controlo, "o agressor procura controlar a vítima", e assume-se como "uma intolerância perante a diferença", seja sobre alunos de etnia diferente, homossexuais, obesos ou muito magros.
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