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terça-feira, fevereiro 01, 2022

Contributos dos refugiados do nazi-fascismo no Brasil


 Brasil foi um dos países de acolhimento de muitos refugiados dos anos de 1940's que deram contributos importantes no seu novo país. 

Em 2021, a Casa Stefan Zweig fez uma recolha importante e publicou  cerca de 300 histórias de refugiados e resistentes no Dicionário dos Refugiados no Nazifascismo no Brasil.

É um livro grande em tamanho e em conteúdos, com testemunhos, imagens e recordações das famílias e de investigadores universitários! 

São histórias de perseguição, de fuga, de exílio, de resiliência e especialmente de superação que merecem ser divulgadas e apreciadas. 


Casa Stefan Zweig e o navio Serpa Pinto  https://casastefanzweig.org.br/sec_recados.php  

terça-feira, novembro 23, 2021

CEIS20 estuda e discute a história do século XX, em Coimbra e online

CEIS20,
Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e Memoshoá - Associação Docente e Memória do Holocausto organizaram três conferencias com o historiador Avraham Milgram associado ao Yad Vashem, parte do programa Nunca Esquecer. 

Segunda-feira, 22- Nov-21, 15h00 
Anti-semitismo, anti-fascismo e Holocausto nos países ibero-americanos, com acesso online  

Foi importante ouvir ontem o Prof Milgram falar sobre a Sociedad Civil iberoamericana y Holocausto bem como os contributos da Prof. Elvira Azevedo Mea (que participou do programa online da ASMF sobre Barros Basto e os Marranos)  e do Prof. João Paulo Avelã Nunes do CEIS20, Falou-se do distanciamento da sociedade civil iberoamericana em relação à  crescente perseguição e guerra na Europa nos anos 1930's  e da erupção de tensões étnicas e religiosas não resolvidas, entre outros temas.  

Mariana Abrantes, da Aristides de Sousa Mendes Foundation - US  ofereceu  aos oradores católogos da excelente exposição sobre Aristides de Sousa Mendes patente nos Arquivos Nacionais do  Luxemburgo em 2019-2020.

Terça-feira 23-Nov-21  15h00 -  Tipologia dos diplomatas diante da perseguição aos judeus na Europa antifascista.  Esta conferência também deve ter acesso online. 

Sexta-feira, 26-Nov-21, 14h30 Caleidoscópio Judaico Português 1925-45, FLUC




segunda-feira, agosto 15, 2016


Foto de Aleksandra Lavor Serbim.

Associação Sefaradita de Pernambuco tem a honra de comunicar que foi promulgada a Lei nº 15.871, que institui no calendário oficial de Pernambuco, o dia 31 de março como o "Dia em Memória dos Judeus Vítimas da Inquisição".
Esta foi uma conquista histórica, que honrará nossos antepassados judeus que foram vitimados pelos mais de 300 anos de perseguição religiosa.
Que este dia venha ser um marco na nossa história, e que possamos anualmente trazer à tona o tema dos judeus sefarditas que vieram para Pernambuco e aqui construíram suas famílias, e, de maneira resiliente resistiram a toda especie de opressão, refazendo um jeito diferente de se manter judeu (via cripto-judaísmo/marranismo), e nos possibilitando hoje retomarmos às nossas origens! E que esse dia seja também um dia de combate a toda forma de intolerância religiosa.
Um especial agradecimento ao Exmo. Deputado Joel da Harpa, que acreditou ser este um projeto digno de tornar-se lei; e agradecemos também a todos membros da diretoria da Associação Sefaradita de Pernambuco, que empenharam-se em mostrar ser este um tema de notória importância para o estado de Pernambuco! Um Bem Haja a todos amigos!
Cordialmente,
Associação Sefaradita de Pernambuco

Saiba como lei portuguesa pode dar cidadania a brasileiros descendentes de judeus ...

"Os pedidos de cidadãos brasileiros que afirmam ser descendentes de pessoas condenadas pela Inquisição por heresias relativas ao judaísmo não pode ser admitido automaticamente", admite Michael Rothwell, porta-voz da Comunidade Israelita do Porto, responsável por emitir o Certificado da Comunidade Judaica Portuguesa, documento usado para confirmar a ascendência sefardita no processo de naturalização.

A organização com sede no Porto tem emitido o certificado apenas para judeus praticantes, o que tem sido criticado pelos advogados especialistas na naturalização lusa... ... ... 

domingo, janeiro 17, 2016

Valente - Romance inspirado na vida

Vida de Aristides de Sousa Mendes inspira 

“Uma praça em Antuérpia"

Escritora brasileira Luize Valente ficou fascinada com a história do cônsul português e viajou por vários países para poder contá-la, o mais fielmente possível, no seu romance.
Wook.pt - Uma Praça em AntuérpiaO pano de fundo é um trágico período da história: a Segunda Guerra Mundial e o drama da fuga dos judeus perseguidos por Hitler. Neste palco, a figura de Aristides de Sousa Mendes assume protagonismo.“Uma praça em Antuérpia” viaja entre 1916 e 2000 para contar duas histórias: uma de amor, a parte romanceada do livro, e outra do cônsul português em Bordéus que salvou milhares de vidas, emitindo vistos de entrada em Portugal.
Já tinha ouvido falar do cônsul, mas não conhecia a fundo. À medida que fui pesquisando, fui ficando fascinada e achei que precisava de contar esta história”, revela à Renascença Luize Valente, a escritora e jornalista brasileira, autora do livro. Fascinada pela história, por Portugal e pela figura de Aristides de Sousa Mendes, que “desafia o próprio Governo de Portugal, que impedia que aqueles vistos fossem dados”. 
Para escrever “Uma praça em Antuérpia”, Luize fez um grande trabalho de pesquisa, viajando por países como Portugal, Bélgica, França e Espanha para ser o mais possível fiel à história da época que quis contar.
“Peguei nos factos históricos e inseri os meus personagens”, diz.
Mas manter o respeito à história num livro de ficção foi, segundo a escritora, um grande desafio, até porque a história da fuga à guerra repete-se agora com o drama dos refugiados da Síria e de outros países.
LIVRO UMA PRAÇA EM ANTUERPIA
“Queria mostrar a agonia daquelas pessoas que precisavam de deixar um país, tinham de fugir e não tinham como sair. Uma situação um pouco parecida com a dos refugiados, mas tínhamos a Europa toda em guerra”, compara, considerando que o sofrimento, a angústia, a incerteza de quem perde tudo se repete agora, mantendo actual a história de Aristides de Sousa Mendes, um herói português.
A escritora já visitou a casa do cônsul português in Cabanas de Viriato, que está a ser transformada em museu. O objectivo é manter viva a memória de Aristides de Sousa Mendes.

http://www.wook.pt/ficha/uma-praca-em-antuerpia/a/id/16718182 e 
http://www.travessa.com.br/uma-praca-em-antuerpia/artigo/c43130ef-e83d-40b3-b050-fbaf0c99f878

sábado, abril 12, 2014

Homenagem a Sousa Mendes, São Paulo, 16-Abril

CCJ homenageia Aristides de Sousa Mendes

O Centro da Cultura Judaica inaugura em 16/04 programação especial sobre as vítimas do Holocausto. Destaque para a homenagem a Aristides de Sousa Mendes, Cônsul de Portugal em Bordéus, na França, à época da invasão alemã, e responsável por salvar a vida de milhares de judeus.
Saiba mais clicando aqui.

quarta-feira, janeiro 30, 2013

SP ganha instituto com 12 mil peças sobre o Holocausto

São Paulo  ganha instituto com 12 mil peças sobre o Holocausto
 O  material será apresentado ao público a partir de março  2013, com oficinas de literatura, teatro, música e vídeosd
Por VITOR HUGO BRANDALISE - O Estado de S.Paulo
A rota de fuga de um garoto judeu alemão de 12 anos que percorreu sete países para escapar do nazismo - e desenhou, a caneta e lápis de cor, o desesperado percurso de sua família. Fotos raras de tropas de resistência à ocupação alemã que se esconderam em bosques poloneses e, depois da 2.ª Guerra Mundial, vieram parar no Brasil. Milhares de documentos de judeus expatriados que podem ser úteis hoje em processos de cidadania.

Os documentos são pequena parte de um acervo de 12 mil papéis diplomáticos, fotos e vídeos que vão compor o banco de dados do Instituto Shoah de Direitos Humanos, criado em dezembro 2012 nos Jardins, zona sul de São Paulo. Ligado à Universidade de São Paulo (USP), a entidade pretende ser referência nacional, principalmente sobre Holocausto, crimes de ódio e intolerância.

O acervo, repassado pelo Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (Leer) do Departamento de História da USP, além de estar disponível para pesquisadores, será apresentado à comunidade pela primeira vez por meio de oficinas de literatura, teatro, música e vídeos - tudo gratuito. "Antes, essa documentação ficava na USP e era acessada apenas pelos pesquisadores que nos procuravam. Agora, com a criação do Instituto Shoah, vamos mostrar à comunidade um acervo raro que muitos não esperam encontrar no Brasil", explicou a coordenadora do Leer-USP e agora do Instituto Shoah, Maria Luiza Tucci Carneiro.

Os documentos - alguns revelam a posição ambígua do governo Vargas (1930-1945) ao longo da ascensão dos regimes nazi-fascistas - foram reunidos por pesquisadores da USP desde a década de 1970 e faziam parte do banco de dados do Leer. A partir de dezembro, passaram a ser transportados para a nova sede. "É um material rico, resultado de décadas de trabalho de pesquisadores dedicados a entender o comportamento do Brasil em relação aos regimes totalitários, que agora poderá ser apresentado melhor", disse Maria Luiza. As primeiras oficinas, segundo a historiadora, serão realizadas a partir de março.

Apesar de o Holocausto ser o foco principal no primeiro momento, o novo instituto também pretende ser referência em pesquisas de outros tipos de crimes de intolerância. "Será um órgão de estudos de crimes de ódio em geral, a exemplo do que nossa instituição vem realizando há oito décadas", disse o presidente da entidade judaica B'Nai B'Rith, Abraham Goldstein. "O Holocausto será usado como referência inicial pela qualidade da documentação disponível."

Doações. A criação do instituto deve incentivar também doações de documentos originais, já que muitas vezes não era possível aceitar novos objetos no laboratório, na USP, por falta de espaço. "Emociona pensar que o ato de doar os objetos transforma as histórias de nossos familiares em pesquisas históricas, que podem colaborar para entender o momento", disse Irene Freudenheim, cujo marido, Federico, é o autor do mapa que retrata a fuga da família da Alemanha - e hoje virou cartão-postal do Museu Judaico de Berlim. "Conforta saber que as doações estão protegidas."

O acervo da instituição já pode ser visitado no site do Leer-USP (www.arqshoah.com.br ).

INSTITUTO SHOAH DE DIREITOS HUMANOS: RUA CAÇAPAVA, 105. JARDINS. ABERTO DAS 9H ÀS 17H. MAIS INFORMAÇÕES PELO TEL.: (11) 3082-5844 OU PELO E-MAIL: BRASIL@BNAI-BRITH.ORG.BR.
Fonte:  versao online i(jornal Estado de S. Paulo)

quarta-feira, agosto 24, 2011

Retrato de um Justo

O escritor luso-canadiano Rui Afonso escreveu a biografia "Um Homem Bom" que vai ser lançada hoje no Brasil com debate, na Casa de Portugal, mais um contributo para a reabilitação da memória de Aristides de Sousa Mendes o mesmo que os israelitas ao homenagear o herói.

Para ler "Um Homem Bom" Autor: Rui Afonso. Editora: Casa da Palavra (400 págs., R$ 48).

Ver mais em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-justo-que-venceu-hitler,762815,0.htm

1 - O justo que venceu Hitler
[O Estado de S. Paulo - SP - 24/8/2011 pág: D5 ]



Ver reportagem de Eulália Moreno no Mundo Lusíada 
http://www.mundolusiada.com.br/wordpress/cultura/aristides-de-sousa-mendes-o-consul-que-desafiou-hitler-e-salazar/

sábado, janeiro 01, 2011

Discriminação racial e religiosa reflecte motivos económicos

Discriminação racial e religiosa: do mito da pureza do sangue ao mito ariano

No Brasil: Na apresentação do seu livro “Cidadão do Mundo. O Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados no nazifascismo” em Lisboa, Maria Luiza Tucci Carneiro, historiadora da Universidade de São Paulo referiu a importância dos “estatutos da pureza de sangue” no Brasil, um conceito de discriminação, herdado de Portugal, com raízes na Espanha do século XV.

A historiadora enfatizou que tais teorias favoreceram uma legislação e práticas intolerantes que dividiram as sociedades (de Espanha, Portugal e colónias) em dois segmentos opostos: os puros (limpos de sangue) e os impuros (infectos de sangue).

Isto faz recordar que foi a legislação ibérica que centrou as atenções no estatuto de pureza de sangue, desde que o rei D. Manuel (1495-1521) lançou um decreto real em 1497, conhecido por “édito de expulsão”, para expulsar todas as pessoas judias e mouras das terras portuguesas em nome da purificação e limpeza de sangue. Nesse ano, também foram retirados as filhas e os filhos judeus de seus pais para a educação “cristã”. Aquelas pessoas que não conseguiram sair a tempo do período fixado pelo édito só poderiam permanecer convertidas ao catolicismo, o que fez surgir as categorias de “cristã(ão) nova(o)” e marrano.

O requisito de limpeza de sangue estabelecia o impedimento de acesso a cargos e títulos de honra, além de impor os limites aos grupos discriminados como "infectos" (judeus, cristão-novos, mouros, ciganos, indígenas e negros) pelo poder político. Aplicada à legislação, tal discriminação atingiu todos os domínios portugueses.

A repressão ao povo mouro e ao povo judeu surge em meados do século XV e é válida para todas as terras dominadas por Portugal. A partir de 1514-1521, com a ampliação das conquistas territoriais, surgem mais três novas caracterizações para o requisito de limpeza de sangue: “cristão-novo”, “cigano” e “indígena”. Em 1603, serão acrescentados “negro” e “mulato”. A partir de 1774, a discriminação contra o povo judeu, o povo mouro e a população cristã-nova desaparecem da legislação portuguesa. Dois anos depois, o Marquês de Pombal também retira a categoria indígena. Restam assim o “negro” e “mulato”.

A legislação portuguesa teve ampla vigência no território brasileiro com as Ordenações Filipinas, que seguiam com o requisito de pureza de sangue e a regência das relações étnico-raciais. Para se ter ideia, tais ordenações só tiveram vigência interrompida, em âmbito penal, com o Código Criminal do Império, de 1830; e, no âmbito civil, apenas em 1917, com o primeiro Código Civil brasileiro. Em Portugal a descriminação institucionalizada terminou definitivamente com a Constituição de 1976.

Os regimentos e processos de pureza de sangue ou Processos de Habilitação, Vita e Moribus, aplicados no Brasil, foram analisados por Tucci Carneiro em seu livro Preconceito Racial em Portugal e Brasil Colónia, tendo como base em consultas a fontes históricas dos séculos XVI-XIX, tais como os arquivos da Cúria Metropolitana (São Paulo, Rio de Janeiro e Belém do Pará), os sermões de autos-de-fé e dicionários históricos.

(Fonte: http://anthrocivitas.net/forum/showthread.php?p=93459 e www.arqshoah.com.br)

Na Alemanha: Muitos anos antes da criação dos campos de concentração, já o regime Nazi tinha aplicado aos judeus alemães medidas cada vez mais discriminatórias e restritivas, afastando-os sucessivamente de diversos ofícios e profissões, recuperando o conceito de pureza de sangue para revitalizar o "mito ariano", conforme analisado por Leon Poliakov.

Em Portugal: Também em Portugal se aplicava este conceito discriminatório para limitar o acesso de certos grupos a cargos e profissões importantes na sociedade, criando barreiras sociais e económicas.

Neste documento datado de 1786 de Beijós , a aldeia ancestral da família Sousa Mendes, os homens respeitados da aldeia foram solicitados a abonar a favor de um "candidato a bacherel", nascido numa casa senhorial do Lugar de Além, cujo pai era de Trancoso. A grande diferença relativamente aos tempos de hoje, é que o candidato a bacherel tinha também de fazer prova das suas boas origens, do comportamento insuspeito não só da sua pessoa como dos seus antepassados, não podendo haver lugar para dúvidas relativas a heresias ou a simpatias com a religião judaica.

Segundo a transcrição da 1ª pág. do processo de Leitura de Bacharéis de um ilustre beijosense, neste processo prestaram declarações em 1786, quatro testemunhas beijosenses, a saber, “Jozé de Loureiro Lavrador; Jozé da Costa Carpinteiro; António da Costa de Figueiredo Lavrador; Manoel Rodrigues Çapateiro.” Basicamente, declararam que conheciam o habilitando e os seus ascendentes beijosenses; que esses ascendentes «nunca cometeram crime de leza Magestade Divina ou Humana»; que o habilitando «tem boa vida e costume»; e que praticavam a “religião oficial do Reino”.

...Considerando os elevados níveis históricos de analfabetismo, compreendem-se os motivos para limitar o acesso aos "empregos literarios" que davam tanto poder e prestígio...

Transcrição: «Diz o B.el Jacincto Lopes Tavares da Costa de Ornellas, Fidalgo da Caza de Vª Mag.e natural do lugar de Beijóz, conselho de Olivrª do Conde, Comarca de Vizeu, filho ligitimo do Mestre de Campo Bartholomeu da Costa Coutinho Tavares de Araujo, n.al da Vª e Com.ca de Trancozo, tambem Fidalgo da Caza de Vª Mag.e, e de D. Maria Margarida de Ornellas Rolim e Abreu do dº lugar de Beijóz, netto pela parte paterna do Sargento mór de Batalha Jacincto Lopes Tavares da Costa Governador que foi da Praça de Alm.da, e governou as Armas da Provª da Beira, tambem Fidalgo da Caza de Vª Mag.e, e de D. Margarida Fran.ca Correia Tavares do lugar de Escarigo, trº de Castello Rodrigo, da dª Com.ca de Trancozo, e pela parte materna de Joao Ornellas Rolim e Abreu, tambem Fidalgo da Caza de Vª Mag.e do m.mo lugar de Beijóz, e de D. Maria Caetana da Costa Fróes do lugar de Cabanas, tudo do dº Consº de Olivrª do Conde, q'elle pertende servir a V. Mag.e em os empregos literarios».

Fonte: http://antoniopovinho.blogspot.com/2007/07/leitura-de-bacharis.html

terça-feira, novembro 23, 2010

Livro Cidadão do Mundo lançado em São Paulo e Lisboa


O livro Cidadão do Mundo de Maria Luiza Tucci Carneiro vai ser lançado em São Paulo e Lisboa.

Data: 7-dezembro-2010, 18h30-21h30
Local: Livraria da Vila Moema
Ave. Moema, 493, São Paulo
Contacto: tel (11)5052-3540

Data: 20-dezembro-2010, 21h00
Local: Hotel Real Park
1050 Lisboa


Cidadão do Mundo, título que agora vem integrar a coleção Perspectivas, documenta e história, de forma contundente, o rechaço oficial aos judeus não somente no período autoritário da Era Vargas, o Estado Novo, mas também na "transição democrática" do quinquênio Dutra.
Maria Luiza Tucci Carneiro analisa, com a objetividade da experiente pesquisadora que é – e que não exclui a paixão investigativa capaz de lançar luz sobre os recônditos mais empoeirados da história, nem o posicionamento firme diante da omissão criminosa –, documentos descobertos em arquivos brasileiros e estrangeiros que revelam um passado de discriminação das vítimas do Holocausto e demonstram que o racismo em geral e, em particular, o antissemitismo, mais do que uma política equivocada de um governo, é um traço característico, talvez um preconceito introjetado, de alguns círculos da elite brasileira, sejam eles políticos, militares ou diplomáticos; uma força subjacente que confere sentido a certas posições assumidas por nossa diplomacia no passado, e cujos desdobramentos ainda se fazem presentes. Por todos esses aspectos, trata-se pois de uma obra corajosa que propiciará ao leitor um mergulho profundo nos subterrâneos de políticas que nem sempre foram abertamente declaradas e uma visão objetiva de seu sentido. [j. guinsburg]

Maria Luiza Tucci Carneiro: historiadora, Professora Livre Docente do Departamento de História da Universidade de São Paulo. Dedica-se aos estudos dos direitos humanos, da intolerância étnica e política, do antissemitismo no Brasil, a censura, a imigração judaica, o drama vivenciado pelos judeus refugiados do nazismo e o Holocausto. Coordenadora do LEER/USP (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação), junto ao qual desenvolve o projeto Arqshoah (Arquivo Virtual sobre o Holocausto e Antissemitismo). É autora de, entre outros: O Racismo na História do Brasil: Mito eRealidade (1999), Holocausto: Crime contra a Humanidade (2000), O Anti-Semitismo na Era Vargas (Perspectiva, 2001), O Veneno da Serpente(Perspectiva, 2003); Preconceito Racial em Portugal e Brasil Colônia (Perspectiva, 2005). Organizou Minorias Silenciadas (2002), O Anti-Semitismo nas Américas (2008); São Paulo, Metrópole das Utopias (2010). Coordenadora das séries: Inventários Deops; Rupturas; Imigrantes no Brasil; Labirintos da Memória; Brasil Judaico; Histórias da Repressão e da Resistência; e Histórias das Imigrações.

Ver bibliografia sobre Aristides de Sousa Mendes em

terça-feira, junho 15, 2010

Dia da Consciência 2010 comemorado em diversos países

Comemoramos hoje o Dia da Consciência, o 70º aniversário do dia em que Aristides de Sousa Mendes decidiu seguir a sua consciência e tentar salvar todos os refugiados que se dirigiam ao Consulado de Portugal em Bordéus em Junho de 1940.
As homenagens a Aristides de Sousa Mendes e outros Justos que salvaram judeus e outras vitimas de perseguição durante a Segunda Guerra Mundial têm tido mais relevância desde 2000, especialmente em 2004, no 50º aniversário da sua morte.
Nesse ano, houve um grande número de eventos ecuménicos, tais como a homenagem em Bordéus co-participada pelo Mgr Ricard e pelo Grande Rabinho Mamam (ver imagem).

Em 2010, comemoramos o Acto de Consciência em diversos países, de acordo com a seguinte lista de eventos:

ARGENTINA
Obispado de Zárate-Campana
BRASIL
17-Junho-2010, 12.00, Catedral, São Paulo
17-Junho, 18.30 PM, Catedral. Salvador da Bahia
17-Junho-2010 18.00PM Igreja da Paz., Fortaleza, Ceara
17-Junho-2010, 18h30, Igreja de Sant’Ana (da Adoração permanente), Rio de Janeiro
CANADA
Santa Cruz Portuguese Mission of Montréal
FRANCE23-Junho, 18h30, Cardinal Jean-Pierre Ricard, Eglise Saint Louis, Bordeaux
17-Junho, Cardinal Vingt-Trois, capela privada, Paris
VATICANO
17-Junho-2010, 18.00 PM
Concelebração por Cardinal D.Renato Martino, D.Claudio Hummes, D.William Levada
S.Maria de Pranspontina Church
USA
20-June-2010, 12.00 AM , Cathedral Basilica of the Sacred Heart, 89 Ridge Street, Newark, NJ
20-June, 18.00PM, Diocese of Brooklyn, Saint Sebastian ,Queens
June, Archbishop D George Niederauer, private chapel, S.Francisco
PORTUGAL
17-Junho-2010, 19h00, Bispo D. Tomaz Nunes , Sé Patriarcal de Lisboa
20 –June-2010 Ordem Terceira Fransciscana,Pe Vitor Melicias, Braga

Várias Sinagogas terão eventos especiais relacionados com o Dia da Consciência, incluindo:
ARGENTINA18--2010 Rabino Moguilevsky, Buenos Aires
BRASIL
Rabino Michel Schlesinger, Congregacao Israelita Paulista, Sao Paulo
18-Jun-2010 , kabalat shabat, Rabbi Dario, Rio de Janeiro
FRANCE
18-June-2010, Grand Rabbin René-Samuel Sirat, Paris
PORTUGAL
17-June-2010, 20h Evocação de Aristides de Sousa Mendes na Comunidade Israelita de Lisboa

Outros eventos relacionados:USA :
" Remenbrance of all WWII Saviours" Museum Of Jewish , New York
Fonte: Expresso, Amigos de Sousa Mendes

Cariocas aderem à iniciativa de comemorar o Dia da Consciência

Atendendo ao pedido dos Amigos de Sousa Mendes, Dom Orani João Tempesta, arcebispo da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, vai celebrar a missa em memória de Aristides de Sousa Mendes, e de Luis Souza Dantas e outros Justos, e em comemoração do seu Acto de Consciência
Data: 17-Junho-2010, às 19h
Local: Igreja de Sant’Ana (Igreja de Adoração Permanente), na Praça Cardeal Dom Sebastião Leme, Rio de Janeiro
Convocamos todos os amigos de Sousa Mendes para participar neste eventos no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Bordéus, Roma, Lisboa, Braga, Paris, San Francisco, Newark ...

HUMANISTAS BRASILEIROS E O DIA MUNDIAL DA CONSCIÊNCIA

Missa em Acção de Graças pelo DIA DA CONSCIÊNCIA e pela COMUNIDADE PORTUGUESA no Estado do Ceará, celebrada da pelo Revº. Padre Fabrício Damasceno, numa iniciativa do Vice-Consulado de Portugal
Data: quinta-feira, 17. Junho. 2010, 18:30 horas
Local: Igreja das Irmãs Missionárias (Av. Rui Barbosa, 1246), Fortaleza (CE)
Esta iniciativa surgiu com o objectivo de homenagear o Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus, na França, Aristides de Sousa Mendes, que, em 1940, quando da II Guerra Mundial, com uma simples caneta e um carimbo, salvou mais de 30 mil vidas humanas, das quais 10 mil eram judeus, da morte certa nas garras das tropas nazis e do Holocausto.
Como é óbvio, esta homenagem envolve, também, todos os diplomatas e não-diplomatas, que, durante o período da II Guerra Mundial, salvaram e protegeram vidas humanas da barbárie germanófila e da loucura obstinada de um Adolfo Hitler, que culminou com os horrores do Holocausto.
...
Das pesquisas efectuadas, para grande surpresa e estupefacção minhas, constato que, para além de Portugal, o Brasil, no período da II Guerra Mundial, também teve os seus heróis e humanistas: Embaixador Luiz Martins de Souza Dantas e Dona Aracy Moebios de Carvalho Guimarães Rosa, ainda viva, em São Paulo, os quais se evidenciaram pelos seus feitos, em Vichy, na França, e Hamburgo, na Alemanha, respectivamente.

O Brasil, para os que não sabem ou que ainda persistem em fazer crer que desconhecem, também, teve os seus heróis e humanistas. Inclusive, já homenageados, honrados e prestigiados, a nível internacional, fora das suas fronteiras. No entanto, mau grado o silêncio a que têm estado sujeitos, fica-se, os factos assim o demonstram, salvo muito raras excepções, com a percepção de que o Brasil não conhece os seus heróis e, como tal, não os honra nem lhes dá o devido relevo.

Se os homens não se medem aos palmos, em boa verdade, importa ter presente de que ninguém nasce herói! Quaisquer comparações, relativamente aos seus feitos gloriosos, poderá correr o risco de serem abusivas.
O Embaixador Luiz Martins de Souza Dantas e Dona Aracy Moebios de Carvalho Guimarães Rosa apesar das circunstâncias e das limitações em que intervieram, tiveram uma intervenção activa, dado que ambos, desobedecendo e contrariando, ainda que rodeados de algumas precauções, as ordens iníquas e ditatoriais do presidente Getúlio Vargas e do Itamaraty.
Importa ter presente que o presidente Getúlio Vargas, quando, em 1937, foi instaurada a ditadura do Estado Novo no Brasil, fechou o Congresso Nacional e passou a governar por decretos-lei, dando corpo a um regime autoritário e repressivo, de certa forma, inspirado no fascismo... ver texto integral aqui
Brasil, Fortaleza (CE), 6. Junho.2010
Por Paulo M. A. Martins, Jornalista, paulo. m. a. martins...gmail.com
Fonte: A Martins http://sol.sapo.pt/blogs/afonsomartins/

As listas dos Souza - O Globo

Diplomatas brasileiro e português que salvaram mais de 30 mil perseguidos do Holocausto durante a Segunda Guerra são agora lembrados O Globo, 12/Junho/2010 , por Christine Lages

RIO - Eles tinham a mesma profissão, morreram com um intervalo de duas semanas, e falavam a mesma língua, principalmente quando se tratava dos direitos humanos. Na França em tempos de Segunda Guerra Mundial, o Embaixador brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas e o Consul português Aristides de Sousa Mendes não eram próximos, mas suas trajetórias os uniram após a morte, e deram chance a milhares de pessoas de viver sem a perseguição. Responsáveis pela emissão de vistos no momento em que a Alemanha de Adolf Hitler invadia o país onde representavam Brasil e Portugal, eles criaram uma espécie de Lista dos Souza com a qual permitiram a entrada de mais de 30 mil estrangeiros em seus países. Nesta quinta-feira, o ato dos dois diplomatas será lembrado em cerimônias católicas e judaicas em diversas partes do mundo, incluindo Vaticano, Brasil e Estados Unidos.
( Teste seus conhecimentos sobre os diplomatas! )
( Reconhecimento internacional por ajudar os refugiados do nazismo )
Não há registro de que Dantas soubesse do feito de Mendes, e vice-versa. Embora os dois tenham trabalhado na mesma época na França, as emissões eram feitas de forma secreta e sem qualquer tipo de cobrança por parte dos diplomatas. Não havia discriminação: brancos, negros, católicos, judeus, ricos, pobres, intelectuais, homossexuais. A maioria dos perseguidos que conseguiu chegar aos embaixadores no momento certo obteve visto para o Brasil, para Portugal, ou para os dois, já que para chegar ao Rio de Janeiro muitos precisavam de uma permissão de trânsito para Portugal, de onde saíam navios para a América do Sul.
Embaixadores caíramno esquecimento
Nascido no Rio em 1876, Souza Dantas teve uma trajetória brilhante como diplomata: aos 21 anos ingressou no Ministério das Relações Exteriores e percorreu todos os postos da carreira diplomática, serviu em diversas capitais do mundo, foi nomeado durante a Primeira Guerra Mundial ministro interino das Relações Exteriores, e representou o Brasil em Roma em 1919, três anos antes de assumir o posto na capital francesa. Seu jeito sociável de ser - era um famoso solteirão, frequentador assíduo do teatro da "Comédie-Française", e grande promotor de jantares políticos - o tornou conhecido em Paris e Vichy. Mas seu nome caiu no esquecimento após enfrentar inquérito administrativo do governo de Getúlio Vargas pela concessão de alguns vistos diplomáticos a estrangeiros entre junho de 1940 e janeiro de 1941.
- Ele emitiu centenas de vistos (cerca de mil), mas quando soube que estava sendo processado, achou que fosse pelas centenas. Na verdade, eram só uns 12 vistos. Então, escreveu: "Fiz o que teria feito com a nobreza d'alma dos brasileiros, movidos pelos mais elementares sentimentos de piedade cristã" - lembra Fábio Koifman, historiador e professor de Relações Internacionais na UFRRJ, que dedicou três anos ao livro "Quixote nas trevas", no qual conta a história de Souza Dantas.
Consul português em Bordeaux entre 1938 a 1940, Sousa Mendes teve seu destino ligado ao de outras cerca de 30 mil pessoas. Responsável pela emissão de vistos na cidade francesa, ele salvou os milhares de refugiados, entre eles 10 mil judeus, num período de dez dias. Filho de uma família católica, conservadora e monárquica, o português foi obrigado a deixar o corpo diplomático de seu país e terminou a vida na miséria.
- Quando falo de um, falo sempre do outro. Os dois foram grandes humanistas e sofreram consequências sérias por isso. Tiveram muito em comum na vida: honestidade e coragem de tomar decisões difíceis, mesmo que não fosse exatamente de acordo com a lei. Quando a guerra começou, os dois estavam na França e os dois fizeram algo de especial, tentando ajudar os refugiados, especialmente os judeus - diz João Crisóstomo, um português residente em Nova York que abraçou a causa dos embaixadores e há mais de dez anos vem lutando para reavivar seus nomes. Refugiados lembram embaixador brasileiro
Nas listas dos Souza, refugiados de diversas origens. Alguns ficaram conhecidos, como o economista e ex-embaixador dos Estados Unidos na França Felix Rohatyn, de 82 anos, famoso por ajudar a recuperar a cidade de Nova York da crise dos anos 1970. A viagem de Rohatyn até a estabilização de sua família levou dois anos. Aos 12 anos, em 1940, ele conseguiu - ao lado dos pais - o visto dado por Dantas.
- Eu tinha 13 anos quando finalmente consegui chegar ao Brasil. Viajamos da França para o Marrocos, depois para Lisboa e só depois para o Brasil. Em junho de 1942, após viver no Brasil por um ano, finalmente chegamos a Nova York, para o nosso alívio. Esses dois anos foram cansativos e, muitas vezes, difíceis - conta o investidor, acrescentando que, do Rio, lembra da escola e dos jogos de futebol que assistia com o pai.
Rohatyn lembra que só aos 76 anos descobriu que Souza Dantas foi o responsável por seu visto. E quem contou a novidade para o economista foi Crisóstomo, que, ao ler o livro de Fábio Koifman, descobriu que o Rohatyn - também residente em Nova York - estava entre os refugiados salvos pelo brasileiro.
- Ele achava que havia sido salvo por outro embaixador. Ficou emocionado e muito surpreso com a história. Aos 76 anos, descobriu quem havia sido o salvador da vida dele - conta Crisóstomo.
- Sou extremamente grato pela memória do embaixador Souza Dantas, bem como dos outros embaixadores que ajudaram refugiados judeus - acrescenta Felix Rohatyn.
Hoje com 103 anos, a belga Hanna Strozemberg chegou ao Brasil com o marido e o cunhado, com a ajuda do embaixador brasileiro. Ela lembra que Souza Dantas, que emitiu muitos dos vistos diplomáticos sentado em restaurantes ou hotéis franceses, não aceitava nada em troca.
-- O Souza Dantas nos falou que nos deu um visto pré-datado porque havia recebido um telegrama (do Itamaraty) para não dar vistos para judeus. Meu marido chegou com os irmãos e falou para o Souza Dantas que queria oferecer um presente para ele. E ele disse: "Não, se você quer oferecer, ofereça para a Cruz Vermelha. Eu não aceito."
Fonte: O Globo , extra.globo.com, http://aeiou.expresso.pt/as-listas-dos-souza=f588150

segunda-feira, novembro 09, 2009

Fala-se de Sousa Mendes na TV União, no Brasil, 11-Nov, 12h

Com transmissão para todo o Brasil, o jornalista Paulo M. A. Martins é entrevistado, na quarta-feira, 11 de Novembro, às 12 horas, na TV UNIÃO (Fortaleza - CE).

O tema da entrevista versará sobre o Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, e os brasileiros Embaixador Luiz de Souza Dantas, na Embaixada do Brasil em Vichy - França, Aracy Guimarães Rosa, no Consulado do Brasil em Hamburgo - Alemanha, e o nordestino Austregésilo de Athayde, grande obreiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos e Presidente da Academia Brasileira de Letras, ao longo de mais de quatro décadas.