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sexta-feira, novembro 13, 2015

Concerto de Gala com filme O Consul, Antuérpia, 22-Nov


Concerto de Gala e mostra do filme "O cônsul de Bordeaux"

local: Anvers/Antwerpen
data: 22 Novembro 2015 

organização: CCOJB et ORTBELGIUM.ORG
Charlotte Gutman
WEB:joaocorrea.com

Legendas em Norueguês


terça-feira, janeiro 10, 2012

Filme Le Consul de Bordeaux, à Louvain la Neuve, 26-Jan, 20h

Le Cercle culturel d’Ottignies-LLN (section locale de PAC - Présence et Action Culturelles) organise avec Cinéscope,

le jeudi 26 janvier 2012 à 20h00 à Louvain la Neuve (Cinéscope)
l’avant-première belge du film “Le Consul de Bordeaux”

Un film réalisé par Francisco Manso et Joao Correa, dont la musique originale a été créée et est dirigée par Henri Seroka.
Tous deux participeront à cette soirée, qui sera rehaussée de la présence de deux petits-fils d’Aristides de Sousa Mendes et du Président de la Chambre, André Flahaut.
La projection sera précédée d’une courte introduction resituant les contextes et suivie d’un moment d’échanges avec le public.

Quelques brèves infos, avant la rencontre :

Aristides de Sousa Mendes (1)
Il est né en 1885, décédé en 1954, issu d’une famille de notables de l’aristocratie catholique, passionné de musique.
Au début de la seconde guerre mondiale, il est le Consul du Portugal à Bordeaux.
Dans sa fonction, il délivre des documents pour permettre à des citoyens de rejoindre le Portugal, via l’Espagne. Devant les non-réponses ou les refus de l’autorité, il commence à délivrer de faux passeports dès novembre 1939.
Vu l’afflux des réfugiés dans le Sud de la France, interpelé par plusieurs porte-paroles, il prend fait et cause pour ceux-ci, à la fois de par ses convictions profondes et au-delà de celles-ci dans un profond élan de justice et de solidarité vis à vis de cette immense souffrance humaine.
Contre les ordres de Salazar, de plus en plus isolé et menacé au sein de son administration, jusqu’à la dernière minute (fermeture des frontières), il usa de “sa” marge de manœuvre de grand commis de l’état : environ 30.000 personnes, dont 10.000 juifs, furent sauvés.

En dire plus serait raconter le film. Sauf à citer que ce n’est qu’au début des années soixante qu’un courant s’est créé (à Bordeaux entre autres) pour restaurer la mémoire de cet acte courageux de grande humanité et de l’homme qui en fut l’auteur. En 1966, Yad Vashem le nomme “juste parmi les nations”.
En 1986, le Congrès des Etats-Unis lui rend hommage, l’année suivante l’Etat d’Israël. Ce n’est qu’en 1988 que l’Assemblée de la République du Portugal le réhabilitera, à titre posthume, dans son titre d’ambassadeur. En 1992, RTP et France 3 produisent un documentaire “Le consul proscrit”. En 1994, un monument à sa mémoire est érigé à Bordeaux.
Le film poursuit ce travail de mémoire. En juin 2011 se tenait l’avant-première européenne à Wolubilis, en présence du président de la Commission européenne. L’avant-première française s’est tenue début décembre à Bordeaux (Pessac).

Joao Correa (2)
Réalisateur belge d’origine portugaise, sa carrière est ponctuée de films qui portent un regard humain sur l’existence de vécus souvent en souffrance, avec une touche d’espérance : Féminin féminin (maîtres-domestiques), Les enfants de l’oubli (les gosses en institution), Génération 90 (la famille), Les territoires de la défonce,...

Henri Seroka (3)
Compositeur belge d’origine polonaise, sa carrière brasse des styles différents : chanteur, musicien, producteur, chef d’orchestre. Auteur de 28 musiques de film, il fût plusieurs fois primé, dont il y a deux ans à Houston pour “God’s little garden”. Son dernier concert “CREDO” a été joué à Bruxelles, Varsovie,... et à Berlin, il y a quelques mois.

Vous êtes invités à les rencontrer lors de la conférence de presse qui se tiendra le lundi 23 janvier à 10h30 à Cinéscope à Louvain la Neuve,
en présence de Joao Correa et Henri Seroka.

Pour CCO-PAC,
 Michel Goffin (0473/56.07.34) , Philippe Somville (0475/559.285)
 PS : plus d’infos sur

domingo, abril 03, 2011

O problema é que não cabíamos todos!

Eis o testemunho de Joseph Dresner que aos 13 anos viajou "pendurado" de lado de fora do carro que levava 10 membros da família para longe da guerra enquanto a Bélgica caia perante os invasores.

A família Dresner passou por Portugal e Brasil e instalou-se nos Estados Unidos, onde Joseph Dresdner se doutorou em física e trabalhou em laboratórios de investigação em Princeton, New Jersey e se tornou detentor de várias patentes. Ele cultivou sempre o Português e foi professor universitário também no Brasil.

Eu tenho uma especial dívida de gratidão a Joseph Dresner e sua mulher Esther Halpern, que esteve numa residência-fixa na Figueira da Foz. Eles foram a minha "host family" e deram-me muito apoio e amizade quando eu fui estudar para a Universidade de Princeton em 1973, e com quem tenho mantido contacto (ver foto de 2004)

Muito obrigada Joe, Esther e Lisa!

Um grande abraço,

Mariana Abrantes


O problema é que não cabíamos todos!

equipa MVASM (www.expresso.pt)
17:35 Quarta feira, 9 de março de 2011

Excerto do testemunho de Joseph Dresner sobre a sua fuga para França, aquando da invasão dos alemães à Bélgica.

França 1940 - Retirada das tropas após a rendição da Bélgica, Holanda e Luxemburgo
França 1940 - Retirada das tropas após a rendição da Bélgica, Holanda e Luxemburgo
Colecção de Margarida de Magalhães Ramalho - Sinal, nº 2 (publicação quinzenal)

"Em 1940 a guerra na Europa já era uma realidade. Como todos os rapazes desse tempo eu tinha uma enorme curiosidade sobre todos os detalhes dos aviões, dos tanques, navios de guerra, etc.

Um ano antes, o meu pai e os meus tios que tinham um negócio de diamantes em Antuérpia, onde vivíamos, pressentindo o perigo de uma nova guerra tinham mandado o meu tio mais novo para Nova Iorque para criar lá uma filial do negócio da família.

Com 13 anos gozava já de uma certa liberdade e tinha autorização dos meus pais para andar por onde quisesse dentro da cidade. O dia 9 de Maio era uma quinta-feira, não tinha aulas no liceu e por isso passei a tarde com a minha mãe a fazer compras no centro da cidade e gozando da minha última descoberta: o café expresso. A vida estava boa.

Na madrugada seguinte acordei com um barulho infernal que parecia tiros de canhão. Dei um pulo para a janela e vi que era um ataque aéreo. Ao meu lado apareceu o meu pai em pijama e disse uma coisa que mais tarde eu achei muito cómica: "Acho que estamos em guerra"

Consegui identificar o ritmo dos tiros: quatro rápidos, dois segundos de silêncio. Eram os nossos canhões Bofors de 40 mm que disparavam contra os aviões. A nossa casa ficava num sexto andar e por isso podia-se ver dali quase toda a cidade. De repente vi um " géiser" de fumo negro irromper de um prédio alguns quarteirões abaixo. Parecia uma cena de cinema mudo já que não se ouvia o barulho da bomba devido ao troar dos canhões. Alguns minutos depois vi chamas violentas saírem das janelas de um outro prédio.

Quando acabou o ataque e enquanto tomávamos o pequeno-almoço ouvimos na rádio o rei Leopoldo dizer o que já sabíamos: "mais uma vez fomos invadidos pela Alemanha que também atacou os nossos vizinhos holandeses". A minha mãe que era uma mulher muito calma começou a preparar pequenas malas para cada um de nós e partimos para uma casa que tínhamos na costa em La Panne. Não podia ter sido pior escolha já que estávamos mesmo defronte de Dunquerque...

Quatro dias depois o meu pai disse-nos que as coisas estavam muito mal e que tínhamos de partir já para sul. Não tínhamos carro e na nossa família só o meu tio Henri é que tinha carta. Comprou-se então um velho Chevrolet de 1935. O problema é que não cabíamos todos já que éramos 5 adultos e 5 crianças. Arranjou-se então um reboque para levar as malas e eu e o meu primo Jules, que era um ano mais velho ficamos de pé sobre os estribos do lado de fora do carro. E assim partimos a 10 km/ hora para a fronteira francesa. (...)"

Joseph Dresner, Princeton, New Jersey, 2004

Fonte: http://aeiou.expresso.pt/o-problema-e-que-nao-cabiamos-todos=f636612

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MUSEU VIRTUAL
ARISTIDES SOUSA MENDES