segunda-feira, setembro 29, 2025

Ofensa à Memória de Aristides retirada por acordo

 In English below 

Netos de Aristides de Sousa Mendes chegam a acordo no processo por “ofensa à memória” do avô

https://www.publico.pt/2025/09/27/sociedade/noticia/netos-aristides-sousa-mendes-chegam-acordo-processo-ofensa-memoria-avo-2148316

Netos abdicam da indemnização de cem mil euros e recebem o reconhecimento, pelos réus, de que Aristides de Sousa Mendes nunca vendeu vistos nem os seus familiares desviaram fundos.  

Patrícia Carvalho 27 de Setembro de 2025, 17:14 

Terminou em acordo, o processo movido por quatro netos de Aristides de Sousa Mendes contra O Diabo, dois antigos directores do jornal e dois autores de artigos que, segundo os familiares do antigo cônsul, recorrendo a “deturpações e ocultação de factos históricos”, denegriram a sua imagem, com o objectivo de levar os cidadãos a concluir que Sousa Mendes “era uma fraude inventada para atacar Salazar”. No final, caiu o pedido de indemnização e sobrou o reconhecimento, por parte dos visados ainda vivos que o antigo cônsul de Bordéus, que salvou milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, jamais vendeu vistos a refugiados, e que os seus descendentes não desviaram verbas atribuídas pelo Estado. 

Foi um processo longo, iniciado em 2019, e que ameaçava tornar-se ainda mais moroso, uma vez que o juiz que acompanhou o julgamento desde o início foi substituído por motivos de doença, o que implicava que as sessões já realizadas ficavam sem efeito e tudo, incluindo a audição de testemunhas que já tinham passado pelas sessões, teria de ser repetido. E isto, associado à imprevisibilidade do desfecho, por estar em causa a liberdade de expressão, e à morte, ainda em 2019, de um dos principais visados no processo, o antigo embaixador Carlos Fernandes, levou a que as partes conseguissem conciliar posições e chegar a um acordo em que ninguém consegue exactamente o que queria, mas em que “o essencial”, para o representante dos familiares de Aristides de Sousa Mendes, fica salvaguardado. 

O centro do processo era um conjunto de artigos publicados no jornal O Diabo (e replicados em blogues e outras publicações), com uma entrevista ao antigo embaixador Carlos Fernandes como peça central. Nesse artigo, que tinha como pretexto o lançamento do livro do diplomata, Cônsul Aristides Sousa Mendes – A verdade e a Mentira, este tecia várias considerações depreciativas sobre a vida pessoal e a saúde mental do antigo cônsul de Bordéus, além de referir que “ele não salvou ninguém, porque ninguém estava em perigo de vida e também não deu o visto de graça a ninguém, porque precisava do dinheiro”. 

Escudando-se no facto de a Conferência de Wannsee, em que foi decidida a chamada “solução final” para os judeus por altos dignitários do regime nazi, só se ter realizado em Janeiro de 1942, o embaixador reiterava que em 1940, quando Aristides de Sousa Mendes passou vistos para milhares de refugiados que pretendiam chegar a Portugal, fugindo da guerra, o cônsul “não salva ninguém, porque em 1940 ninguém estava em risco de vida”. Uma afirmação que ignora – deliberadamente, no entender dos queixosos – o facto de a repressão e assassínio dos opositores de Adolf Hitler e dos judeus se ter iniciado muito antes, com o primeiro campo de concentração do regime, em Dachau, a ser inaugurado logo em 1933, quando os nazis chegaram ao poder. 

Negar o Holocausto 

Ora estas alegações, associados a outras que visavam directamente os descendentes de Aristides de Sousa Mendes, acusados de usarem indevidamente centenas de milhares de euros atribuídos pelo Estado a título de indemnização e destinados à compra e reabilitação da Casa do Passal (que abriu ao público como museu no ano passado), levaram quatro netos do antigo cônsul de Bordéus a agir judicialmente. Na petição inicial, além de se considerar que os visados tinham praticado uma “ofensa à memória do falecido” cônsul de Bordéus e uma ofensa à honra dos seus descendentes, considerava-se ainda que as afirmações relativas à ausência de risco de vida para os judeus constituíam uma negação do Holocausto e dos crimes contra a humanidade praticados pelo regime nazi. 

Os netos de Aristides de Sousa Mendes exigiam o pagamento de uma indemnização de cem mil euros, a publicação, “com a publicidade semelhante à divulgação daqueles factos”, da decisão final do processo e a condenação dos réus a “absterem-se de publicar, seja por que meio for, afirmações semelhantes” às que punham em causa o bom nome do antigo cônsul. 

Sete anos depois, o acordo conseguido foi bem mais modesto. Os autores da acção desistiram dos pedidos iniciais, e os réus ainda vivos “reconhecem que o falecido cônsul Aristides de Sousa Mendes jamais vendeu vistos a refugiados e não têm quaisquer elementos no sentido de que os autores ou quaisquer outros descendentes de Aristides de Sousa Mendes tenham desviado qualquer verba atribuída pelo Estado”, lê-se no acordo a que o PÚBLICO teve acesso. 

No caso de Carlos Fernandes, já falecido, os seus herdeiros, dois sobrinhos, “declaram nunca ter afirmado nada sobre o falecido cônsul Aristides de Sousa Mendes, que nunca o pretenderam fazer e que não têm qualquer conhecimento sobre as suas actividades enquanto cônsul em Bordéus, assim como não têm quaisquer elementos no sentido de que os autores ou quaisquer outros descendentes do cônsul Aristides de Sousa Mendes tenham desviado qualquer verba atribuída pelo Estado português”. 

Garantir o “essencial” 

Apesar de poder parecer pouco, face ao que era pedido, o advogado da família do antigo cônsul de Bordéus, Afonso Duarte, considera que o “essencial” ficou salvaguardado. “Neste processo, o essencial do que estava em causa era repor a verdade dos factos. Isto tem início com uma série de artigos, que se vão repescando e citando, todos inseridos em publicações de extrema-direita, como O Diabo e outras, onde se dizia que Aristides de Sousa Mendes tinha vendido vistos às pessoas amontoadas na fronteira e que estas nem sequer estavam em perigo de vida. Isto era o essencial, a coisa mais grave”, diz. 

Afonso Duarte considera que esta teoria era apenas a perpetuação da “propaganda” do regime de António Oliveira Salazar, inserida “numa agenda de extrema-direita, que passa pelo branqueamento da memória do odioso e um ajuste de contas com quem o combateu”. Repor a verdade era, por isso, o mais importante. 

O mesmo diz Gerald de Sousa Mendes, um dos netos do antigo cônsul que interpôs a acção que correu no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa. “O mais importante não era o dinheiro, era a verdade. Dizer que Aristides tinha vendido vistos era uma grande mentira, totalmente inventado. Mesmo no processo disciplinar da altura, estas acusações não foram provadas. Conhecemos mais de quatro mil nomes de recipientes dos vistos e nunca ouvimos uma única referência de alguém a dizer que ele os tinha vendido”, sublinha. O acordo, admite, não pode ser considerado uma vitória (“vitória é uma grande palavra”, diz), preferindo descrevê-lo como “um compromisso aceitável”. 

Também Francisco Teixeira da Mota, que representava dois dos cinco réus, considera que ter-se chegado a um acordo foi o melhor para todas as partes. “O processo arrastou-se por motivos diversos e um dos principais visados, o senhor embaixador Carlos Fernandes já faleceu, pelo que se entendeu que o melhor era chegar a um consenso. Estávamos perante mais um ano ou dois de julgamento, com os custos envolvidos, e entendeu-se que não fazia sentido continuar”, diz. 


Grandchildren of Aristides de Sousa Mendes reach agreement in lawsuit for “offense to the memory” of their grandfather 

Grandchildren waive compensation of €100,000 and receive acknowledgment from the defendants that Aristides de Sousa Mendes never sold visas and that his family members did not embezzle funds. 

  Patrícia Carvalho 27 de Setember 2025,  

The lawsuit filed by four grandchildren of Aristides de Sousa Mendes against O Diabo, two former directors of the newspaper, and two authors of articles who, according to the former consul's family, resorted to “misrepresentation and concealment of historical facts” to denigrate his image, ended in a settlement. with the aim of leading citizens to conclude that Sousa Mendes “was a fraud invented to attack Salazar.” In the end, the claim for compensation was dropped and what remained was the acknowledgment by those still alive that the former consul in Bordeaux, who saved thousands of Jews during World War II, never sold visas to refugees, and that his descendants did not embezzle funds allocated by the state.

It was a long process, which began in 2019, and threatened to become even more protracted when the judge who had presided over the trial from the outset was replaced due to illness, meaning that the sessions already held were rendered invalid and everything, including the hearing of witnesses who had already appeared, would have to be repeated. This, combined with the unpredictability of the outcome, given that freedom of expression was at stake, and the death in 2019 of one of the main defendants in the case, former ambassador Carlos Fernandes, led the parties to reconcile their positions and reach an agreement in which no one got exactly what they wanted, but in which “the essentials” for the representative of Aristides de Sousa Mendes' family are safeguarded. 

The center of the case was a series of articles published in the newspaper O Diabo (and replicated in blogs and other publications), with an interview with former ambassador Carlos Fernandes as the centerpiece. In this article, which was ostensibly about the launch of the diplomat's book, Consul Aristides Sousa Mendes – A verdade e a Mentira (Consul Aristides Sousa Mendes – The Truth and the Lie), he made several disparaging remarks about the personal life and mental health of the former consul in Bordeaux, as well as stating that “he did not save anyone, because no one's life was in danger, and he did not give visas to anyone for free, because he needed the money.” 

Hiding behind the fact that the Wannsee Conference, at which the so-called “final solution” for the Jews was decided by high-ranking officials of the Nazi regime, only took place in January 1942, the ambassador reiterated that in 1940, when Aristides de Sousa Mendes issued visas to thousands of refugees who wanted to reach Portugal, fleeing the war, the consul “did not save anyone, because in 1940 no one's life was at risk.” This statement deliberately ignores, in the opinion of the plaintiffs, the fact that the repression and murder of Adolf Hitler's opponents and Jews began much earlier, with the regime's first concentration camp, in Dachau, opening in 1933, when the Nazis came to power. 

Denying the Holocaust 

These allegations, along with others directly targeting the descendants of Aristides de Sousa Mendes, accused of misusing hundreds of thousands of euros allocated by the State as compensation and intended for the purchase and renovation of Casa do Passal (which opened to the public as a museum last year), led four grandchildren of the former consul of Bordeaux to take legal action. In the initial petition, in addition to considering that those targeted had committed an “offense to the memory of the late” consul of Bordeaux and an offense to the honor of his descendants, it was also considered that the statements regarding the absence of risk to the lives of Jews constituted a denial of the Holocaust and the crimes against humanity committed by the Nazi regime. The grandchildren of Aristides de Sousa Mendes demanded compensation of €100,000, the publication of the final decision in the case “with publicity similar to that given to the disclosure of those facts,” and an order for the defendants to “refrain from publishing, by any means whatsoever, statements similar” to those that called into question the good name of the former consul. Seven years later, the agreement reached was much more modest. The plaintiffs withdrew their initial claims, and the defendants who are still alive “acknowledge that the late consul Aristides de Sousa Mendes never sold visas to refugees and have no evidence that the plaintiffs or any other descendants of Aristides de Sousa Mendes misappropriated any funds allocated by the State,” according to the agreement accessed by PÚBLICO. In the case of Carlos Fernandes, now deceased, his heirs, two nephews, "declare that they never made any statements about the late consul Aristides de Sousa Mendes, that they never intended to do so, and that they have no knowledge of his activities as consul in Bordeaux, nor do they have any evidence that the authors or any other descendants of Consul Aristides de Sousa Mendes misappropriated any funds allocated by the Portuguese State." 

Ensuring the “essential” 

Although it may seem little, given what was requested, the lawyer for the family of the former consul of Bordeaux, Afonso Duarte, considers that the “essential” has been safeguarded. "In this case, the essential issue was to restore the truth of the facts. This began with a series of articles, which were repeatedly quoted and cited, all published in far-right publications such as O Diabo and others, which claimed that Aristides de Sousa Mendes had sold visas to people crowded at the border and that these people were not even in danger of their lives. This was the essential point, the most serious issue," he says. 

Afonso Duarte believes that this theory was merely a perpetuation of the “propaganda” of António Oliveira Salazar's regime, inserted “into a far-right agenda, which involves whitewashing the memory of the odious and settling scores with those who fought him.” Restoring the truth was therefore the most important thing. 

Gerald de Sousa Mendes, one of the grandsons of the former consul who brought the case before the Lisbon District Court, agrees. “The most important thing was not the money, it was the truth. To say that Aristides had sold visas was a big lie, totally fabricated. Even in the disciplinary proceedings at the time, these accusations were not proven. We know more than 4,000 names of visa recipients and we never heard a single reference from anyone saying that he had sold them,“ he stresses. The agreement, he admits, cannot be considered a victory (”victory is a big word,“ he says), preferring to describe it as ”an acceptable compromise." 

Francisco Teixeira da Mota, who represented two of the five defendants, also believes that reaching an agreement was the best outcome for all parties. "The case dragged on for various reasons, and one of the main targets, Ambassador Carlos Fernandes, has since passed away, so it was understood that the best thing to do was to reach a consensus. We were facing another year or two of trial, with the costs involved, and it was understood that it did not make sense to continue," he says. 

PORQUÊ Aristides de Sousa Mendes

In English below 

No passado dia 19 de julho de 2025 completaram-se 140 anos do nascimento de Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches (ASM) e surgiu mais um livro nas livrarias: Lina Alves Madeira,  «ARISTIDES DE SOUSA MENDES – Na Encruzilhada de uma Carreira», Ancora Editora 2025.

O livro de Lina Madeira tem uma abordagem  “pessoal” e opinativa à “personalidade” e vida de Aristides de Sousa Mendes. Fornece muita informação sobre o percurso familiar de Aristides e Angelina e sobre a sua formação, vida académica e carreira consular (O QUÊ, QUANDO e ONDE). Mas não nos diz PORQUÊ Sousa Mendes foi importante nem PORQUÊ nos devemos interessar pelos pormenores da sua vida, dos seus pais, dos seus avós e padrinhos, notas de exames, cartas privadas entre os gémeos César e Aristides, etc.

Poderá ser porque Aristides de Sousa Mendes teve a Coragem de seguir a sua Consciência e desobedecer  Circular 14 à injusta e inconstitucional e porque teve a Clareza de perceber que naquele momento estava numa posição Única para tentar "salvar todas aquelas pessoas cuja angústia era indescritível"?

As extraordinárias ações de salvamento de Aristides nos dias escuros do início da Segunda Guerra Mundial são apenas mencionadas de passagem, e geralmente com a sugestão de que não sejam excessivamente contabilizadas ou valorizadas (p. 27 “nem ser necessário contabilizar (os vistos) - vício constante da nossa cultura marcada pela estatística…”).

A relutância em discutir as ações de resgate de Aristides de Sousa Mendes e as vidas dos refugiados que salvou, na sua maioria judeus, num livro publicado agora em 2025, quando há muito mais informação disponível do que em 2014, é difícil de compreender ou aceitar. Sente-se a ausência de um prólogo adequado com algumas das informações verificadas até 2025.

Terminar com uma referência a pesquisas de outros autores sobre as vidas salvas, mas sem citar nem identificar a pesquisa ou os investigadores (“outros debruçaram-se sobre a questão…”) é poucochinho e insuficiente. Citar o Talmude (p. 379, “parafraseando o Talmude, quem salva uma vida salva o mundo”) surge apenas como uma curiosidade no final.

Numa perspectiva histórica, a autora ignora tanto o PORQUÊ do interesse em Aristides como o DEPOIS: O impacto bem documentado das enormes ações de salvamento de Sousa Mendes , que abriram o caminho para o refúgio em Portugal às milhares de famílias de refugiados que ele salvou. Ignora também o contributo dele em ajudar a restaurar a ESPERANÇA na resistência aos invasores nazis e na possibilidade de  encontrar segurança e liberdade mais além naqueles dias sombrios de 1940, quando tudo parecia perdido.

Que pena.

Em 1986, em New York, quando eu soube da ação de salvamento de Aristides pela primeira vez,  compreendi imediatamente a importância do seu impacto no contexto da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto. É por isso que tenho apoiado a causa de Sousa Mendes desde então e tenho ajudado na criação do museu Sousa Mendes em Cabanas de Viriato.  Isto é, para não falar do enorme orgulho e satisfação em  ajudar a restaurar o nome e a preservar o legado de um Herói Mundial cuja família teve origem na minha própria aldeia, Beijós, Beira Alta!

Mariana Abrantes

Beijós Carregal do Sal Portugal

29 de setembro de 2025

WHY Aristides 

On July 19, 2025, the 140th anniversary of the birth of Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches another book appeared in bookstores: Lina Alves Madeira, "ARISTIDES DE SOUSA MENDES – At the Crossroads of a Career," published by Ancora Editora 2025.

Lina Madeira's book takes a peculiar, "personal," and opinionated approach to the "personality" and life of Aristides de Sousa Mendes. It provides a wealth of information about Aristides and Angelina's family history, his education, academic life and consular career (WHAT, WHEN, and WHERE). But it doesn't tell us WHY Sousa Mendes was important or WHY we should be interested in the details of his life, his parents, grandparents, godparents, exam scores, private letters between the twins César and Aristides, etc.

Could it be because Aristides de Sousa Mendes had the Courage to follow his Conscience and disobey the unjust and unconstitutional Circular 14, and because he had the Clarity to realize that at that moment he was in a unique position to try to "save all those people whose anguish was indescribable"?

Aristides's extraordinary rescue actions in the dark dawn of World War II are mentioned only in passing, and usually with the suggestion that they not be overly counted or valued (p. 27 "nor is it necessary to count (the visas) - a constant vice of our culture marked by statistics...").

The reluctance to discuss Aristides de Sousa Mendes's rescue actions and the lives of the refugees he saved, most of them Jews, in a book published now in 2025, when much more information is available than in 2014 is difficult to understand or accept. One feels the absence of a proper prologue with some of the verified information up to 2025.

Ending with a reference to research by other authors on the lives saved, but without citing or identifying the research or researchers ("others have studied the issue...") is minimal and insufficient. Citing the Talmud (p. 379, "paraphrasing the Talmud, whoever saves a life saves the world") appears only as a curiosity at the end.

From a historical perspective, the author ignores the WHY of the interest in Aristides as well as the SO WHAT: the well-documented impact of Sousa Mendes's enormous rescue efforts, which paved the way for refuge in Portugal for the thousands of refugee families he saved. She also ignores his contribution in helping to restore HOPE in the resistance to the Nazi invaders and in the possibility of finding safety and freedom in those dark days of 1940, when all seemed lost.

What a pity.

In 1986, in New York, when I first learned of Aristides' rescue actions in Bordeaux, I immediately understood the importance of their impact in the context of World War II and the Holocaust. That's why I have supported the Sousa Mendes' cause ever since and have done what I could to help create the Sousa Mendes Museum in Cabanas de Viriato. Not to mention the immense pride and satisfaction in helping to restore the name and preserve the legacy of a World Hero whose family originated in my own village, Beijós, Beira Alta!

Mariana Abrantes

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Conferencia de Padre Melicias sobre Dia da Consciência e o Humanismo Universalista Lusofono

 Muitos Parabéns ao Senhor Padre Vitor Melícias pela tomada de posse como Académico de Número da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, um reconhecimento muito merecido e relevante. No evento de 12 de Dezembro 2024 na Sociedade de Geografia, Padre Melícias proferiu uma conferência sobre “Dia da Consciência e o Humanismo Universalista Lusófono em Aristides de Sousa Mendes e Luis Souza Dantas".

Espero encontrar esta apresentação aqui ao lado, no Centro de Documentação do novo Museu Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal!


Eu tenho acompanhado desde sempre a iniciativa do nosso amigo João Crisóstomo sobre o Dia da Consciência, e considero muito importante promover o Humanismo Universalista e a importância da Consciência como bússola nas nossas vidas e nos nossos lideres.

A comunidade Sousa Mendes foi representada pelo Luisa Pacheco Marques pelo Museu Virtual, Cookie Fischer, filha de uma refugiada que recebeu um dos últimos vistos de Sousa Mendes, pela Sousa Mendes Foundation e Luis Fidalgo, da parte da Câmara Municipal de Carregal do Sal

Mariana Abrantes

sexta-feira, julho 19, 2024

1999 Colocação de Plaque na Casa de Angelina em Beijós

 A familia Sousa Mendes veio a Beijós para celebrar Angelina de Sousa Mendes e colocar uma placa na antiga casa de família, a Casa do Ribeiro! 

A placa foi da iniciativa de Francisco Abílio Abrantes em colaboração com a familia do filho João Paulo Abranches, vizinhos na California. 




sexta-feira, junho 21, 2024

2024 Dia Mundial dos Refugiados e a inauguração do Museu Sousa Mendes

Os nossos agradecimentos à Dra Odete Paiva, Diretora do Museu Grão Vasco e à empresa SCABAL por esta oportunidade de falar da ação de salvamento de Aristides de Sousa Mendes que tocou tantas vidas, como a de Gala e Salvador Dali em 20 de Junho de 1940.

A autora Ana Cristina Luz falou do seu livro sobre as personalidades da cultura que receberam vistos de Aristides de Sousa Mendes, que ajuda a contrariar o esquecimento daqueles tempos tenebrosos.

Cookie van den Bergh Fischer falou de como veio a saber da história da chegada da sua mãe ao porto de Leixões a bordo do buque Milena, também graças ao visto de Aristides de Sousa Mendes. 

A professora e artista plástica Josefa Reis falou do Projeto Dever de Memória que envolve os alunos da Escola Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato.

Eu falei dos contatos que a Sousa Mendes Foundation - US tem feito desde 2010 junto das famílias que encontraram refúgio em Portugal em 1940. Muitos descendentes estão agora a recuperar as memórias da família. Alguns vão assistir à inauguração do Museu Aristides de Sousa Mendes a 19 de Julho 2024, na Casa do Passal, em Cabanas de Viriato.

Neste Dia Mundial dos Refugiados, milhares de pessoas voltam a fugir da guerra, da perseguição, da pobreza e até das alterações climáticas. Impedir a deslocação dos refugiados é como tentar “parar o vento com os dedos”. Compete-nos conhecer a realidade dos refugiados de hoje e fazermos por ser parte da solução, pelo acolhimento, pela tolerância, pelo apoio nos momentos críticos e pela inclusão. 

Mariana Abrantes 

Our thanks to Odete Paiva, Director of the Grão Vasco Museum and the company SCABAL for this opportunity to talk about the rescue action of Aristides de Sousa Mendes, who touched so many lives, including those of Gala and Salvador Dali on June 20, 1940.

Author Ana Cristina Luz spoke of her book about the cultural personalities who received visas from Aristides de Sousa Mendes. Writing and speaking of the importance of good deeds in the darkest of times, helps to counteract the forgetting.

Cookie van den Bergh Fischer spoke about how she came to know the story of her mother's arrival at the port of Leixões aboard the fishing boat Milena with her cousins, also thanks to visas by Aristides de Sousa Mendes.

Teacher and artist Josefa Reis spoke about the Duty of Memory Project that involves students at the Aristides de Sousa Mendes School in Cabanas de Viriato.

I spoke about the contacts that the Sousa Mendes Foundation - US has made since 2010 with families who found refuge in Portugal in 1940. Many descendants are now restoring their family memories. Some will attend the inauguration of the Aristides de Sousa Mendes Museum on July 19, 2024, at Casa do Passal, in Cabanas de Viriato, Carregal do Sal.

On this June 20th, World Refugee Day, thousands of people are once again fleeing war, persecution, poverty and even climate change. Preventing the movement of refugees is like trying to “stop the wind with your fingers”. It is up to us to understand the reality of the refugees of today and to become part of the solution, through our own  acceptance, tolerance, support in critical moments and inclusion.  
From Memory to Action! 


quarta-feira, junho 28, 2023

Vamos passando pela Casa do Passal

Enquanto prosseguem as obras de reabilitação do interior e de transformação da Casa do Passal, este Monumento Nacional continua a receber visitas e a recordar o legado de Aristides de Sousa Mendes. 



Um grupo do projeto Erasmus+, constituído por professores do Agrupamento de Escolas de Tábua, da Turquia e de Itália, fizeram um roteiro cultural pela região, onde incluíram a residência do Cônsul Aristides de Sousa Mendes.

Contactar com as terras da Beira e aflorar os seus recursos foram os objetivos da visita que contemplou a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, face ao exemplo de Aristides de Sousa Mendes e o gesto humanitário perpetrado no ato do Cônsul português em Bordéus.

Após a explanação sobre a ação de Aristides de Sousa Mendes, os visitantes ficaram ainda mais curiosos e, pela certa com vontade de regressar, para visitarem o futuro Museu dedicado ao Cônsul, cujas obras de recuperação decorrem a bom ritmo.

28 junho 2023 https://www.cm-carregal.pt/pages/821?news_id=2633