Em declarações à Lusa à saída de uma audiência com Cavaco Silva, a presidente da Fundação Aristides de Sousa Mendes, Maria Barroso, adiantou que o encontro foi pedido com o intuito de convidar o chefe de Estado para presidir à comissão de honra que irá "desencadear uma vez mais uma acção de homenagem a Aristides de Sousa Mendes".
"O convite foi aceite, o que muito nos honra", disse Maria Barroso, mulher do antigo Presidente da República Mário Soares.
Ainda de acordo com Maria Barroso, esta homenagem a Aristides de Sousa Mendes irá desenvolver-se já a partir de Outubro 2008 e até Janeiro de 2009, incluindo, entre outra iniciativas, acções em escolas.
A 10 de Dezembro, dia em que se assinala o 60º aniversário da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, será inaugurada uma escultura de Manuel Carmo.
Ainda durante o mês de Dezembro, irá realizar-se uma gala de angariação de fundos para a reconstrução da antiga casa de Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato, a "Casa do Passal", e sua transformação em museu.
A Casa do Passal foi construída em meados do século XIX e era nesta casa que Aristides e a família passavam geralmente férias.
Em 1940, o Cônsul acolheu aí inúmeros refugiados, a quem tinha concedido vistos, enquanto aguardavam passagem para outros países.
No entanto, esta casa deixaria de ser propriedade de Aristides de Sousa Mendes, devido às grandes dificuldades económicas que viria a enfrentar.
Em 1956, já depois da morte de Aristides de Sousa Mendes, o imóvel foi alienado em hasta pública.
Em 2001, a Casa do Passal foi adquirida pela Fundação e, quatro anos depois, classificada como Monumento Nacional.
A Fundação Aristides de Sousa Mendes foi criada em 2000, com o intuito de promover o respeito pelos Direitos Humanos, tendo como referência a acção humanitária do diplomata português que lhe dá o nome.
Além disso, a Fundação tem participado em diversas iniciativas e colaborado com entidades como escolas, universidades e meios de comunicação, nomeadamente através da cedência de documentação, preparação de artigos e material de divulgação sobre a acção do Cônsul.
"Durante a II Guerra Mundial, envolvendo-se numa actuação humanitária, Aristides de Sousa Mendes optou por salvar vidas, em detrimento dos seus interesses pessoais, vindo a sofrer a perseguição sistemática por parte dos poderes instituídos, até ao fim da sua vida", é referido na página na Internet da Fundação.
VAM.
Lusa/fim
Fontes: JN, CM, PR
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