terça-feira, janeiro 31, 2012

DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO

2012-01-27 às 11:00

DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO

Há 67 anos as tropas soviéticas libertavam o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, o maís terrível e maior campo de extermínio nazi.

Hoje, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o Governo português rende homenagem aos milhões de judeus, assim como aos prisioneiros de guerra, dissidentes políticos e membros de grupos minoritários que foram sistematicamente assassinados durante a II Guerra Mundial.

Nesta mesma data, o Governo saúda também todos aqueles, entre os quais os diplomatas portugueses Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido e Alberto Teixeira Branquinho, cuja coragem conseguiu resgatar à morte milhares de judeus condenados aos campos de extermínio nazi.

O Holocausto é um dos momentos mais negros da História da Humanidade que não podemos nem devemos esquecer. Ignorar ou negar este período tenebroso do século XX é compactuar com o ódio, a intolerância, o preconceito, a discriminação e o racismo que levaram ao genocídio de cerca de seis milhões de seres humanos.

Evocar o Holocausto e promover a educação das gerações vindouras sobre este terrível episódio da História é um dever fundamental ao qual o Governo português se associa plenamente, também através da participação de Portugal, na qualidade de membro observador, no Grupo de Ação Internacional para a Educação, Memória e Investigação do Holocausto.

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Fonte: MNE

A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar em memória das vítimas do Holocausto e pela "tarefa sempre inacabável de impedir" que a história deste acontecimento seja "deturpada, silenciada ou suprimida".

Antes de ler o voto apresentado por si própria no plenário, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, agradeceu aos embaixadores e aos representantes da Comunidade Israelita de Lisboa, das confissões religiosas, da comunidade cigana e da fundação Aristides de Sousa Mendes presentes nas galerias.

Também o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, Teresa Morais, estiveram presentes durante a leitura e votação desta iniciativa da presidente da Assembleia da República, a seguir à qual se seguiu um minuto de silêncio.

Assunção Esteves apontou o Holocausto como um "eclipse mortal da razão, do coração e de todos os valores que dão sentido à existência histórica" do ser humano.

Na sua intervenção, Assunção Esteves referiu que o Parlamento português se associa "não só à homenagem das vítimas, mas à tarefa sempre inacabável de impedir que a sua voz" possa ser "deturpada, silenciada ou mesmo suprimida".

A presidente da Assembleia da República lembrou que a 27 de janeiro de 1945, a revelação dos campos de extermínio nazi em Auschwitz-Birkenau permitiu "a tomada de consciência do mundo" para "um espetáculo de destruição".

Assunção Esteves afirmou que à "aniquilação sistemática por métodos industriais" arquitetada por "um grupo de altos funcionários de Hitler", que conduziu à morte milhões de pessoas, se sobrepôs "a revelação e a vitória da verdade, mesmo mais horrível e brutal, sobre a mentira, a distorção e o engano".

"Homenageamos a força moral e a coragem física dos que arriscaram a vida contra esse hediondo crime contra a condição humana", acrescentou a presidente do Parlamento, a segunda figura do Estado português.

Na sua intervenção, Assunção Esteves citou a filósofa alemã Hannah Arendt para dizer que acima da "verdade racional" deve estar a "verdade factual" e lembrou os "milhões de judeus" e de pessoas de minorias étnicas que foram mortas, enaltecendo o papel de "heróis e justos" como Aristides de Sousa Mendes, "por se terem colocado no lugar do outro, como se esse fosse o seu lugar".

Fonte: DN

1 comentário:

PPP Lusofonia disse...

In her article of January 1943, ‘We Refugees,’ historian Hannah Arendt
recounted the losses suffered by refugees:

‘We lost our home … We lost our occupation … We lost our language … We left our relatives … and our best friends have been killed in concentration camps’ (Arendt, 1978a: 55-7)